sábado, 29 de junho de 2013




O MITO DA CAVERNA
(PLATÃO)
O mito da caverna, escrito há quase 2500 anos, também chamado de “Alegoria da Caverna”, foi escrito pelo filósofo Platão, e encontra-se na obra intitulada A República (livro VII).





O mito ou “Alegoria” da caverna é uma das passagens mais clássicas da história da Filosofia, sendo parte constituinte do livro VI de “A República” onde Platão discute sobre teoria do conhecimento, linguagem e educação na formação do Estado ideal.
A narrativa expressa dramaticamente a imagem de prisioneiros que desde o nascimento são acorrentados no interior de uma caverna de modo que olhem somente para uma parede iluminada por uma fogueira. Essa, ilumina um palco onde estátuas dos seres como homem, planta, animais etc. são manipuladas, como que representando o cotidiano desses seres. No entanto, as sombras das estátuas são projetadas na parede, sendo a única imagem que aqueles prisioneiros conseguem enxergar. Com o correr do tempo, os homens dão nomes a essas sombras (tal como nós damos às coisas) e também à regularidade de aparições destas. Os prisioneiros fazem, inclusive, torneios para se gabarem, se vangloriarem a quem acertar as corretas denominações e regularidades.
Imaginemos agora que um destes prisioneiros é forçado a sair das amarras e vasculhar o interior da caverna. Ele veria que o que permitia a visão era a fogueira e que na verdade, os seres reais eram as estátuas e não as sombras. Perceberia que passou a vida inteira julgando apenas sombras e ilusões, desconhecendo a verdade, isto é, estando afastado da verdadeira realidade. Mas imaginemos ainda que esse mesmo prisioneiro fosse arrastado para fora da caverna. Ao sair, a luz do sol ofuscaria sua visão imediatamente e só depois de muito habituar-se à nova realidade, poderia voltar a enxergar as maravilhas dos seres fora da caverna. Não demoraria a perceber que aqueles seres tinham mais qualidades do que as sombras e as estátuas, sendo, portanto, mais reais. Significa dizer que ele poderia contemplar a verdadeira realidade, os seres como são em si mesmos. Não teria dificuldades em perceber que o Sol é a fonte da luz que o faz ver o real, bem como é desta fonte que provém toda existência (os ciclos de nascimento, do tempo, o calor que aquece etc.).
Maravilhado com esse novo mundo e com o conhecimento que então passara a ter da realidade, esse ex-prisioneiro lembrar-se-ia de seus antigos amigos no interior da caverna e da vida que lá levavam. Imediatamente, sentiria pena deles, da escuridão em que estavam envoltos e desceria à caverna para lhes contar o novo mundo que descobriu. No entanto, como os ainda prisioneiros não conseguem vislumbrar senão a realidade que presenciam, vão debochar do seu colega liberto, dizendo-lhe que está louco e que se não parasse com suas maluquices acabariam por matá-lo.
Este modo de contar as coisas tem o seu significado: os prisioneiros somos nós que, segundo nossas tradições diferentes, hábitos diferentes, culturas diferentes, estamos acostumados com as noções sem que delas reflitamos para fazer juízos corretos, mas apenas acreditamos e usamos como nos foi transmitido. A caverna é o mundo ao nosso redor, físico, sensível em que as imagens prevalecem sobre os conceitos, formando em nós opiniões por vezes errôneas e equivocadas, (pré-conceitos, pré-juízos). Quando começamos a descobrir a verdade, temos dificuldade para entender e apanhar o real (ofuscamento da visão ao sair da caverna) e para isso, precisamos nos esforçar, estudar, aprender, querer saber. O mundo fora da caverna representa o mundo real, que para Platão é o mundo inteligível por possuir Formas ou Ideias que guardam consigo uma identidade indestrutível e imóvel, garantindo o conhecimento dos seres sensíveis. O inteligível é o reino das matemáticas que são o modo como apreendemos o mundo e construímos o saber humano. A descida é a vontade ou a obrigação moral que o homem esclarecido tem de ajudar os seus semelhantes a saírem do mundo da ignorância e do mal para construírem um mundo (Estado) mais justo, com sabedoria. O Sol representa a Ideia suprema de Bem, ente supremo que governa o inteligível, permite ao homem conhecer e de onde deriva toda a realidade (o cristianismo o confundiu com Deus).
Portanto, a alegoria da caverna é um modo de contar imageticamente o que conceitualmente os homens teriam dificuldade para entenderem, já que, pela própria narrativa, o sábio nem sempre se faz ouvir pela maioria ignorante.
Por João Francisco P. Cabral 
Colaborador Brasil Escola 
Graduado em Filosofia pela Universidade Federal de Uberlândia - UFU 
Mestrando em Filosofia pela Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP


INTERTEXTUALIDADE

Maurício de Souza utilizou a temática da Alegoria da Caverna para nos mostrar através da HQ, quais são nossas prisões modernas. O ser humano do século XXI não percebe o mundo a sua volta - o mundo real - e prefere viver no mundo das "ideias" representada pela televisão. 
Através dessa reflexão é possível identificar as inúmeras amarras que privam o homem da liberdade.




REFLETINDO:
 Nos dias atuais, quais são nossas reais cavernas?






sexta-feira, 28 de junho de 2013




Jogo da Literatura
Teste seus conhecimentos

Você se lembra de personagens, acontecimentos e estilos de escrita dos clássicos que já leu ou ouviu falar? Neste jogo, avalie seu conhecimento sobre 25 livros nacionais e estrangeiros relacionando os trechos apresentados às respectivas obras. Bom jogo!


http://revistaescola.abril.com.br/swf/jogos/jogoLiteratura/

quarta-feira, 26 de junho de 2013

Agora sei por que os leitores ficam encantados com esse livro. Adorei as "desventuras" de Greg Heffley.
http://www.recreio.com.br/downloads/flips/flip-banana-6/
Jeff Kinney, autor de O Diário de um Banana virá ao Brasil para o lançamento do sétimo volume, previsto para o primeiro semestre de 2013. Sucesso no mundo inteiro, os livros da série Diário de um Banana já atingiram 1,3 milhão de cópias vendidas apenas no Brasil.

sábado, 22 de junho de 2013

As formas de poder dentro de ensaio sobre a lucidez – Jose Saramago
Ensaio Sobre a Lucidez, publicado pela primeira vez em 2004, é sobre a capital de um país que, no dia das eleições, grande parte da população resolve não sair para votar, por conta de uma chuva. Quando o desespero já se fazia latente pela cúpula do governo, as pessoas saem todas para as sedes eleitorais, mas o resultado surpreende: a grande maioria dos votos é em branco. Sem a validação do resultado, outra eleição é marcada para a semana seguinte. De novo, outra surpresa: 83% da população vota em branco. E agora? O que fazer? Como o resultado é democrático, mas impede a manutenção de um modelo de democracia, o governo e os membros dos partidos se veem sem saída e resolvem decretar um estado de sítio na cidade, afim de que a população “desgovernada” tome consciência do erro que é sabotar a democracia que “tanto se lutou para obter”. O que acontece? Nada.
O que a obra tem de mais violento é a capacidade de mostrar como todas as formas de poder, sejam elas no nível individual, do estado e até dos veículos de informação, formam uma rede de relações em que tudo funciona coordenadamente, como uma máquina moderna que reproduz os primeiros objetos, mas que, qualquer pequena avaria, deixa de funcionar e estabelece outro movimento. Enquanto os jornais afirmam que sem polícia vai haver mortes, tragédias, suicídios, desespero, o governo espera, torce e manipula para que tal aconteça com o intuito de se mostrar útil. O que fica evidente é: a democracia, como vivemos, é um regime em que uns precisam necessariamente de outros e que, quando não necessitam, o regime cai.
Ora, mas isso parece ser o contrário do que rege o conceito democrático, em que cada um deve participar com sua parcela de obrigação – direitos e deveres – para consigo e com os demais. Destaco, como exemplo, o trecho em que os ministérios obrigam que a coleta de lixo seja interrompida por uma “greve”, mas no mesmo instante as donas-de-casa se põem a limpar as ruas e, posteriormente, os próprios funcionários da limpeza ajudam, só que agora como civis.
Até que, em meio a tudo isso, se ouve um disparo: uma bomba no metrô, mortes, velórios e enterros e… Nada. Como tal pode acontecer? – perguntam-se presidente, primeiro-ministro, ministro do interior, entre outros. Nada, nem um discurso é feito, a população enterra seus mortos e vive. Cito:
“Os nossos mortos, tão comum, de tão rotineiro consumo nas arengas patrióticas, teria sido aqui tomada à letra, isto é, sendo estes mortos, todos eles, pertença nossa, a nenhum deveremos considerar exclusivamente nosso. (…) Aqui, cada um com o seu desgosto e todos com a mesma pena”.
É essa a conclusão, claro que dialética, a que chega Saramago: se nada é de um, tudo é de todos, embora o sentimento seja ao mesmo tempo individual e coletivo. Essa é a forma que ele encontra para desmontar um regime caduco, que insiste em se reproduzir parasitariamente pelos sistemas da nossa sociedade.
Enquanto isso, do outro lado, o que faz o governo? Procura um vilão, um culpado, um subversivo, uma horda de violentos necessitados. E o que encontra? Novamente, nada. Apenas uma mulher que nunca havia cegado, seu marido oftalmologista, um cão que lambe suas lágrimas e um comissário que ao invés da cegueira branca é tomado, como que de súbito, por uma lucidez branca como a paz.

Revisão textual: Patrícia Araújo


Quais os temas de atualidades que podem cair no Enem 2013


Está se preparando para a prova do Enem 2013? Confira a seguir uma lista com os principais temas da atualidade do primeiro trimestre de 2013 que podem cair no Enem 2013, e veja como cada um pode ser abordado no exame.
Quais os temas de atualidades que podem cair no Enem 2013
A prova do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) é conhecida pela abordagem aos temas atuais. E devemos reconhecer: o ano de 2013 já trouxe muitas novidades. É fundamental que você esteja familiarizado com tudo que vem acontecendo ultimamente, seja no Brasil ou no mundo, para garantir boas notas no exame que este ano acontece nos dias 26 e 27 de outubro.


download livros








De acordo com informações do Universia Brasil, mais de 500 obras literárias estão disponíveis para download gratuito no portal da instituição. Entre elas, oito dos nove livros cobrados pelas bancas da Fuvest e da Unicamp no vestibular. O único que ainda não ganhou versão digital é Capitães da Areia, de Jorge Amado.

De acordo com a entidade, ao todo foram publicados 521 arquivos em formato PDF, que pode ser lido em computadores, tablets e e-readers. As obras são dos mais variados estilos: há desde biografias de cineastas até textos científicos sobre comunicação, passando, claro, por grandes clássicos da literatura.

Vestibular

Estão disponíveis para download os seguintes livros da Fuvest e da Unicamp:
- A Cidade e as Serras (Eça de Queirós)
- O Cortiço (Aluísio Azevedo)
- Memórias de um Sargento de Milícias (Manuel Antônio de Almeida)
- Memórias Póstumas de Brás Cubas (Machado de Assis)
- Sentimento do Mundo (Carlos Drummond de Andrade)
- Til (José de Alencar)
- Viagens na Minha Terra (Almeida Garrett)
- Vidas Secas (Graciliano Ramos)
As obras de Aluísio de Azevedo são destaque entre o material. São 17 livros do romancista, contista, cronista, diplomata, caricaturista e jornalista nascido no Maranhão. Além disso, pode ser feito o download de 27 livros de José de Alencar, 18 de Eça de Queirós, 13 de Fernando Pessoa, 8 de Lima Barreto.
Com informações do Estadão

sexta-feira, 21 de junho de 2013

A leitura é viva.
Viva a leitura!



'Como um romance' mostra que a magia da leitura perde-se quando o livro deixa de ser 'vivo' - quando a narração ao pé da cama, na infância, passa a ser a leitura obrigatória do programa escolar. Lendo para seus alunos, Pennac os fez perceber que Dostoiévski, Tolstói, Calvino, García Márquez, John Fante, todos, não importando a forma escolhida, contam uma história. Para entendê-la, basta voltar ao despudor da primeira infância, de querer tudo descobrir.

terça-feira, 18 de junho de 2013

Você sabe o que é "twitteratura" 

A rede social Twitter, com símbolo e hashtags

A hiperbreve "twitteratura" seduz cada vez mais escritores

 

Pouco a pouco, a chamada "twitteresfera" foi invadida por um uso alternativo, mais criativo, com fórmulas que se assemelham aos textos japoneses keitai shosetsu
A hiperbreve "twitteratura" está cada vez mais reivindicando seu lugar na história literária, mas este exercício de artístico limitado a 140 caracteres é visto por muitos como um artifício digital efêmero.
O Twitter nasceu em 2006. Em sua origem, esta plataforma de microblogs gratuita, que reúne agora 500 milhões de pessoas, foi concebida para difundir textos ou mensagens com um máximo de 140 caracteres.
Mas, pouco a pouco, a chamada "twitteresfera" foi invadida por um uso alternativo, mais criativo, com fórmulas que se assemelham aos textos japoneses keitai shosetsu (um termo que provém de "novela/shosetsu - e "móvel/keitai), que são redigidos e enviados por SMS.
Dessa forma, os escritores da "twitteratura" reivindicam seu lugar em uma história da qual também fazem parte os haikus japoneses - poemas breves formados geralmente por sete versos, sem rima - e os contos em três linhas do crítico e jornalista francês Félix Fénéon.
"Este gênero, antes de mais nada, traduz a ideia de que os limites são fecundos, como demonstra também a poesia", observou o autor de twitteratura Jean-Yves Fréchette (@pierrepaulpleau), para quem "a origem da literatura é lapidária, se escreve na pedra".
Em 2010, este ex-professor de literatura de Quebec fundou com Jean-Michel Le Blanc (@centquarante), de Bordeaux (sul da França), o Instituto de Twitteratura Comparada (ITC) Bordeaux-Quebec, destinado a promover o gênero.
Este Instituto organizou no final de março o segundo Festival Internacional de "Twitteratura", que teve sua primeira edição realizada em Quebec, em 2012.
Microcontos eróticos, "twillers" (thrillers no Twitter, inventado pelo americano Matt Ritchell) e microrrelatos são gêneros que nasceram no Twitter, explica Gefen, que menciona, inclusive, a existência de uma proposta para escrever uma ópera interativa no Twitter, lançada pela Royal Opera House de Londres.
O primeiro romance espanhol no Twitter foi "Serial Chicken", sobre uma galinha assassina. Seu autor é o escritor e jornalista Jordi Cervera, que a incluiu no concurso de romance noire de Barcelona em 2010, e a divulgou em microcapítulos diários.
"O estilo curto, breve, incisivo, é muito antigo", explicou o espacialista Alexandre Gefen, que evocou a tradição moralista.
E não se pode esquecer do guatemalteco Augusto Monterroso, autor de um brevíssimo conto: "Quando despertou, o dinossauro ainda estava lá".
"A twiteratura é um espaço de liberdade, onde diferentes formas de expressão são possíveis", assinala Jean-Yves Fréchette.
No México, um romance foi escrito de forma coletiva no Twitter e Mauricio Montiel Figueiras desenvolveu seu "O homem de tweed" através de sua conta na rede de microblogs.
Alguns escritores afirmam que a internet os levou a procurar outras formas de criar e consideram que este novo gênero têm futuro.
Mas há outros artistas, como o romancista americano Jonathan Franzen, que resistem e rejeitam a literatura das redes sociais.
O escritor Thierry Crouzet, que fez um romance noire em 5.200 tuítes e depois foi publicado pela editora Fayard, expressa suas dúvidas sobre a capacidade deste gênero subsistir em longo prazo.
Para ele, o principal aporte do Twitter está na "interação" com os leitores, que participam na composição da obra em tempo real através de tuítes.
"Acho que este instrumento pode causar cansaço", comentou Alexandre Gefen, que acredita, no entanto, que por ora o novo processo "corresponde a uma tendência muito profunda da literatura".



Leitura divertida

Entre nesse jogo com o coração. Vale a pena viajar por esse mundo mágico da imaginação.


           O jogo dos mistérios em série

Prove que é um bom detetive e descubra no castelo do mago Karajan pistas e segredos sobre as séries mais divertidas da literatura infanto-juvenil. Mas não demore, senão ele transforma você em sapo!

sábado, 15 de junho de 2013

ANINHA E SUAS PEDRAS

Não te deixes destruir...
Ajuntando novas pedras
e construindo novos poemas.
Recria tua vida, sempre, sempre.
Remove pedras e planta roseiras e faz doces. Recomeça.
Faz de tua vida mesquinha
um poema.
E viverás no coração dos jovens
e na memória das gerações que hão de vir.
Esta fonte é para uso de todos os sedentos.
Toma a tua parte.
Vem a estas páginas
e não entraves seu uso
aos que têm sede.

Cora Coralina  (Outubro, 1981)
BIOGRAFIA
Cora Coralina , pseudônimo de Ana Lins dos Guimarães Peixoto Bretas, (Cidade de Goiás, 20 de agosto de 1889 — Goiânia, 10 de abril de 1985), é a grande poetisa do Estado de Goiás. Em 1903 já escrevia poemas sobre seu cotidiano, tendo criado, juntamente com duas amigas, em 1908, o jornal de poemas femininos "A Rosa". Em 1910, seu primeiro conto, "Tragédia na Roça", é publicado no "Anuário Histórico e Geográfico do Estado de Goiás", já com o pseudônimo de Cora Coralina. Em 1911 conhece o advogado divorciado Cantídio Tolentino Brêtas, com quem foge. Vai para Jaboticabal (SP), onde nascem seus seis filhos: Paraguaçu, Enéias, Cantídio, Jacintha, Ísis e Vicência. Seu marido a proíbe de integrar-se à Semana de Arte Moderna, a convite de Monteiro Lobato, em 1922. Em 1928 muda-se para São Paulo (SP). Em 1934, torna-se vendedora de livros da editora José Olímpio que, em 1965, lança seu primeiro livro, "O Poema dos Becos de Goiás e Estórias Mais". Em 1976, é lançado "Meu Livro de Cordel", pela editora Cultura Goiana. Em 1980, Carlos Drummond de Andrade, como era de seu feitio, após ler alguns escritos da autora, manda-lhe uma carta elogiando seu trabalho, a qual, ao ser divulgada, desperta o interesse do público leitor e a faz ficar conhecida em todo o Brasil.

Sintam a admiração do poeta, manifestada em carta dirigida a Cora em 1983:

"Minha querida amiga Cora Coralina: Seu "Vintém de Cobre" é, para mim, moeda de ouro, e de um ouro que não sofre as oscilações do mercado. É poesia das mais diretas e comunicativas que já tenho lido e amado. Que riqueza de experiência humana, que sensibilidade especial e que lirismo identificado com as fontes da vida! Aninha hoje não nos pertence. É patrimônio de nós todos, que nascemos no Brasil e amamos a poesia ( ...)." Editado pela Universidade Federal de Goiás, em 1983, seu novo livro "Vintém de Cobre - Meias Confissões de Aninha", é muito bem recebido pela crítica e pelos amantes da poesia. Em 1984, torna-se a primeira mulher a receber o Prêmio Juca Pato, como intelectual do ano de 1983. Viveu 96 anos, teve seis filhos, quinze netos e 19 bisnetos, foi doceira e membro efetivo de diversas entidades culturais, tendo recebido o título de doutora "Honoris Causa" pela Universidade Federal de Goiás. No dia 10 de abril de 1985, falece em Goiânia. Seu corpo é velado na Igreja do Rosário, ao lado da Casa Velha da Ponte. "Estórias da Casa Velha da Ponte" é lançado pela Global Editora. Postumamente, foram lançados os livros infantis "Os Meninos Verdes", em 1986, e "A Moeda de Ouro que um Pato Comeu", em 1997, e "O Tesouro da Casa Velha da Ponte", em 1989.

Texto extraído do livro "Vintém de cobre - Meias confissões de Aninha", Global Editora — São Paulo, 2001, pág. 174.

O amor na velhice
Por: Olympia Salete Rodrigues

   A Cora Coralina que todos conhecemos: aquela mulher que se descobriu poeta já bem velhinha, depois de uma vida de luta, inclusive com um casamento desastroso que ela carregou corajosamente e, só após a morte do marido, conseguiu se ver em sua enorme e verdadeira dimensão, como mulher e como poeta.

Escolhi este poema para ilustrar este Artigo por dois motivos: o primeiro por pensar exatamente como ela ao entregar o amor ao amado. O amor tem que ser entregue SEMPRE, mesmo que não seja aceito. Porque o amor só se torna concreto se chega às mãos do ser amado. E, se não entregamos o amor que sentimos, esse amor fica maculado e se deforma, pois foi sonegado, o que, em matéria de amor, é crime sem perdão. O segundo motivo de minha escolha é colocar para todos que me lêem reflexões sobre o amor na velhice, um direito de todos nem sempre respeitado.

Uso sempre a palavra velho (ou velha)... Não gosto, quem me lê já sabe, de idoso ou terceira idade... Ai, isso até me dói.... rs..., pela tentativa de falsidade que encerra. A palavra velho implica numa carga de sabedoria e experiência que nos dá a vida à medida em que vivemos. E dessa carga também quero falar.

Eu, pessoalmente, recebo uma série de observações que poderiam até parecer desagradáveis e indelicadas. Só que não as sinto assim porque as acolho com serenidade. Por falar eu de amor, e por amar de verdade, muita gente entende que sou atrevida, ridícula, inconseqüente etc. etc.... E, o estranho disso é que não ouço tais críticas de pessoas jovens, mas de pessoas que estão caminhando para o auge da maturidade cronológica e atribuem a mim os fantasmas da própria velhice que se aproxima. Os jovens, em geral, admiram minha coragem de amar e declarar meu amor. Para eles, quase sempre, a idade fica em segundo plano, não influi na relação ou no diálogo. Mais ainda, eles até se declaram egoístas, querendo aprender e sorver a sabedoria do velho com quem se relacionam como amores ou como amigos. Daí eu concluir que aqueles que tentam anular o direito de amar dos velhos, estão apenas refletindo neles seus próprios medos, sua incapacidade de amadurecer o amor na medida em que amadurecem em idade.

É simples encarar a equação. Ninguém, em seu perfeito juízo, negaria ao velho os direitos todos que a vida lhe dá: comer, dormir, divertir-se, trabalhar, enfim, exercer plena e conscientemente a vida que pulsa. Por que negar-lhes o direito ao amor e ao sexo? Se isso fosse normal, certamente esses desejos legítimos e saudáveis se arrefeceriam com o passar do tempo. Se não arrefecem é porque a natureza sábia reconhece sua validade. E, pelo que constatamos, a libido não tem mesmo idade... Ela pede e grita no velho como pedia e gritava no jovem que ele foi. E como aceitar uma restrição que venha de fora? Como ceder à pressão e se enclausurar, renunciar a viver esse lado exultante do eu?

Pensemos um pouco em nossos antepassados: pais, avós, familiares que se entregaram a um marasmo na velhice por não terem força para lutar contra preconceitos terríveis e tão propalados que eles próprios os assumiam. O homem era até mais prejudicado, pois vivia perseguido pela "fatalidade" da impotência "obrigatória" depois de certa idade. E a grande maioria ficava impotente mesmo, pelo poder da sugestão. Os progressos da medicina vieram em seu socorro e hoje o problema, se aparece, é contornável. As mulheres não eram estigmatizadas por essa terrível previsão, mas o eram pelos preconceitos e se fechavam em conchas a partir de certa idade, acreditavam que a menopausa as tornaria menos fêmeas e menos desejáveis. E está fechado o círculo: casais velhos, frustrados e infelizes, apenas sentados indefesos na sala de espera da morte. E assim vimos ou temos notícias de tantos entes queridos que definharam depois de nos darem a vida, a educação, a sua sabedoria, para que seguíssemos felizes os nossos caminhos. E eu pergunto: isso é justo?

Convoco os ainda jovens para que abram suas mentes e preparem seu futuro de velhos. Só assim chegarão à velhice com a dignidade e a sabedoria que torna os velhos realistas, felizes e seguros. Seus preconceitos de hoje, se existem, os tornarão certamente velhos amargos, vítimas de si mesmos, das crenças errôneas que acumularam e deixaram que se cristalizassem.

Convoco os velhos como eu, ou mais velhos que eu, para exercerem seus direitos, esclarecer aos jovens suas posições e mostrar-lhes as verdades que viveram e que os tornaram melhores. Entreguemos o amor ao ser amado, sem vergonha e sem medo, e vivamos esse amor intensa e completamente, na alma e no corpo. Se disserem que idade não é documento..., mostremos que é sim, documento importante porque repleto de experiência e de aprendizagens muitas vezes à custa de sofrimento. Somos todos lindos, independente de aparência física, porque é linda nossa alma e linda a nossa coragem de amar! Portanto, não nos enterremos antes da hora. Vivamos, vivamos! No momento certo, outros nos enterrarão, gratos pelas lições que lhes deixamos.

Cora Coralina escreveu esse poema quando era muito mais velha que eu. Tinha o rosto enrugado, o corpo alquebrado e maltratado pela vida, mas tinha a alma lisa e pura, apesar das pauladas que certamente levou, e tinha, ao escrever, a certeza de sua grandeza como ser humano, um coração que pulsava no ritmo da própria idade. Por isso admitia que o amado a aceitasse ou não, interessava apenas torná-lo feliz por saber-se amado. Que o verdadeiro amor só quer dar!

E termino louvando essa brasileira que soube morrer amando. Exatamente como eu quero morrer, orgulhosa e valente...

Olympia Salete Rodrigues (Colaboradora do site paralerepensar -Poetisa e escritora)
A IMPORTÂNCIA DA LEITURA

A leitura é a arma mais importante para a construção da cidadania. Se quiseres cuidar que alguém se torne um cidadão letrado, proporcione-lhe meios para desenvolver em si mesmo a competência leitora.

LITERATURA

Como ensinar a seu filho que ler é um prazer

Dicas para incentivar seu filho a ler todos os dias e, assim, ter amor pelos livros

18/02/2013 14:52
Texto Redação Educar
Educar
Foto: Marcella Briotto
Foto: livros
Pesquisas mostram que quanto mais cedo se começa ler maiores são chances de se tornar um leitor assíduo

Pesquisas do mundo todo mostram que a criança que lê e tem contato com a literatura desde cedo, principalmente se for com o acompanhamento dos pais, é beneficiada em diversos sentidos: ela aprende melhor, pronuncia melhor as palavras e se comunica melhor de forma geral. "Por meio da leitura, a criança desenvolve a criatividade, a imaginação e adquire cultura, conhecimentos e valores", diz Márcia Tim, professora de literatura do Colégio Augusto Laranja, de São Paulo (SP).
1808Especial Importância da Leitura 
Ler é um hábito poderoso que nos faz conhecer mundos e ideias. Descubra a importância da leitura para todas as idades!


A leitura frequente ajuda a criar familiaridade com o mundo da escrita. A proximidade com o mundo da escrita, por sua vez, facilita a alfabetização e ajuda em todas as disciplinas, já que o principal suporte para o aprendizado na escola é o livro didático. Ler também é importante porque ajuda a fixar a grafia correta das palavras.

Quem é acostumado à leitura desde bebezinho se torna muito mais preparado para os estudos, para o trabalho e para a vida. Isso quer dizer que o contato com os livros pode mudar o futuro dos seus filhos. Parece exagero? Nos Estados Unidos, por exemplo, a Fundação Nacional de Leitura Infantil (National Children's Reading Foundation) garante que, para a criança de 0 a 5 anos, cada ano ouvindo historinhas e folheando livros equivale a 50 mil dólares a mais na sua futura renda.

Então, o que está esperando? Veja nossas recomendações e estimule seu filho a embarcar na aventura que só o bom leitor conhece. Você pode encontrar boas dicas de livros em nossa biblioteca básica de leitura!
A IMPORTÂNCIA DA LEITURA


quinta-feira, 13 de junho de 2013

Infeliz daquele que descobriu o poder da leitura e não o propaga entre os seus semelhantes.




“A Menina que Odiava Livros” é um curta metragem que adapta o livro homônimo de Manjusha Pawagi e Jeanne Franson. 
SINOPSE: Esta é a história de Meena, uma garota que simplesmente odiava os livros. Mas ela não conseguia ficar longe deles, porque em sua casa eles estavam por toda parte: nos armários da cozinha, nas gavetas, nas mesas, nos guarda-roupas e nas cômodas. Estavam também sobre o sofá, alguns entulhados na banheira e outros empilhados nas cadeiras.
Mas um dia o gatinho de Meena derrubou uma pilha enorme de livros infantis. Abertas pela primeira vez, as páginas dos livros libertaram os personagens e animais das histórias, que invadiram a sala, fazendo uma grande bagunça. Esse acontecimento mágico fez Meena viajar pelo fantástico mundo da literatura. [fonte ebooksgratis]
A nossa homenagem ao grande poeta Fernando Pessoa que completaria 125 anos! Salve!

O meu olhar é nítido como um girassol.
Tenho o costume de andar pelas estradas
Olhando para a direita e para a esquerda,
E de vez em quando olhando para trás...
E o que vejo a cada momento
É aquilo que nunca antes eu tinha visto,
E eu sei dar por isso muito bem...
Sei ter o pasmo essencial
Que tem uma criança se, ao nascer,
Reparasse que nascera deveras...
Sinto-me nascido a cada momento
Para a eterna novidade do Mundo...
Creio no mundo como num malmequer,
Porque o vejo. Mas não penso nele
Porque pensar é não compreender...

O Mundo não se fez para pensarmos nele
(Pensar é estar doente dos olhos)
Mas para olharmos para ele e estarmos de acordo...

Eu não tenho filosofia; tenho sentidos...
Se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é,
Mas porque a amo, e amo-a por isso
Porque quem ama nunca sabe o que ama
Nem sabe por que ama, nem o que é amar...

Amar é a eterna inocência,
E a única inocência não pensar...

Alberto Caeiro, em "O Guardador de Rebanhos", 8-3-1914
 — com Fernando Pessoa.


http://docesaborliterario.blogspot.com.br/