Cantinho do autor (poesia)

Tempo de ser feliz

    

Tenho pressa de ser feliz.

Que horas?

Tem que ser agora!

                                                                                   (Neuceli Maria)

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Manhã de sol

Aproveitei o sol da manhã,

Despi-me de meu corpo – cansado da viagem,

Pendurei-me no varal – da vida.

Precisava arejar a alma.

Neuceli

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Semeador

Quem me dera fosse um anjo

 E tivesse o dom da bondade sublime.

Quem me dera convertesse os pensamentos maus (os meus)

E, convertesse, em seguida, os pensamentos maus

(Dos homens maus)

Que massificam a humanidade.

Quiçá conseguisse transformar o mundo!...

Quem me dera tivesse impregnado em meu âmago o desejo

De ser hoje, melhor que ontem.

Imbuído de um querer, que de tão intenso, se uniria à vontade do universo

Tornando real o sonho utópico.

Exibir-me-ia agora um pouco mais aprazível

que a matéria indefinida que continuamente existiu.                     

Todavia, ainda hospedaria o pior dos seres.

O sujeito que anseia a paz é reflexo do ente de outrora:

“Aquele” que semeou o mal pelos confins da Terra.

(Neuceli)

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Ao meu filho, com o amor de mãe (o maior):

As muitas faces de um vestibulando

Quando nasci, um anjo chato

Desses que ficam no pé da gente

Disse: Vai, Carlos! Estudar na vida.

As casas estão cheias de mães

Que maçam a vida dos filhos.

Talvez os dias fossem mais alegres

Houvesse um lugar pra passar as férias.

As folhas dos livros passam cheias de gráficos:

Gráficos simples, difíceis, complicados, de outro mundo.

Para que tanto gráfico, meu Deus, pergunta meu coração.

Porém, minha mãe

não pergunta nada.

O homem que nem tem bigode

Não é sério, nem liga se devo estudar ou não.

Tem muitos amigos,  uma miríade de amigos

O homem que não é sério é meu pai.

Meu Deus, porque tanto livro

Se sabias que eu estava de férias

Se sabias que eu queria viajar.

Mundo, mundo, grande mundo

Se eu me chamasse Raimundo

Seria um revoltado.

Mundo, mundo, vasto mundo,

Mais vastos são os temas das redações.

Eu não devia nem dizer

Mas, esses livros

Mas, esses simulados

Botam a gente na expectativa do vestibular.

Neuceli Silva

03/07/2013

Sem  ação

Já não sei quantos são.

Onde estão.

Para onde vão...

Se é que vão para algum lugar.

Vejo moitas que se mexem no entardecer do jardim.

E, não é o vento. Visto que o ar está parado.

Ouço gritos - de socorro- sem que se emita um som.

Abafados pelo medo de se expressar.

Há mais que a rotina indo e voltando no transcorrer do dia.

Há um suspense que embala de mistério essa vontade de conhecer o outro lado da rua.

Contudo, vou ficar aqui, neste mesmo lugar.

Sem ação, sem reação. Só observando...