sábado, 22 de junho de 2013

As formas de poder dentro de ensaio sobre a lucidez – Jose Saramago
Ensaio Sobre a Lucidez, publicado pela primeira vez em 2004, é sobre a capital de um país que, no dia das eleições, grande parte da população resolve não sair para votar, por conta de uma chuva. Quando o desespero já se fazia latente pela cúpula do governo, as pessoas saem todas para as sedes eleitorais, mas o resultado surpreende: a grande maioria dos votos é em branco. Sem a validação do resultado, outra eleição é marcada para a semana seguinte. De novo, outra surpresa: 83% da população vota em branco. E agora? O que fazer? Como o resultado é democrático, mas impede a manutenção de um modelo de democracia, o governo e os membros dos partidos se veem sem saída e resolvem decretar um estado de sítio na cidade, afim de que a população “desgovernada” tome consciência do erro que é sabotar a democracia que “tanto se lutou para obter”. O que acontece? Nada.
O que a obra tem de mais violento é a capacidade de mostrar como todas as formas de poder, sejam elas no nível individual, do estado e até dos veículos de informação, formam uma rede de relações em que tudo funciona coordenadamente, como uma máquina moderna que reproduz os primeiros objetos, mas que, qualquer pequena avaria, deixa de funcionar e estabelece outro movimento. Enquanto os jornais afirmam que sem polícia vai haver mortes, tragédias, suicídios, desespero, o governo espera, torce e manipula para que tal aconteça com o intuito de se mostrar útil. O que fica evidente é: a democracia, como vivemos, é um regime em que uns precisam necessariamente de outros e que, quando não necessitam, o regime cai.
Ora, mas isso parece ser o contrário do que rege o conceito democrático, em que cada um deve participar com sua parcela de obrigação – direitos e deveres – para consigo e com os demais. Destaco, como exemplo, o trecho em que os ministérios obrigam que a coleta de lixo seja interrompida por uma “greve”, mas no mesmo instante as donas-de-casa se põem a limpar as ruas e, posteriormente, os próprios funcionários da limpeza ajudam, só que agora como civis.
Até que, em meio a tudo isso, se ouve um disparo: uma bomba no metrô, mortes, velórios e enterros e… Nada. Como tal pode acontecer? – perguntam-se presidente, primeiro-ministro, ministro do interior, entre outros. Nada, nem um discurso é feito, a população enterra seus mortos e vive. Cito:
“Os nossos mortos, tão comum, de tão rotineiro consumo nas arengas patrióticas, teria sido aqui tomada à letra, isto é, sendo estes mortos, todos eles, pertença nossa, a nenhum deveremos considerar exclusivamente nosso. (…) Aqui, cada um com o seu desgosto e todos com a mesma pena”.
É essa a conclusão, claro que dialética, a que chega Saramago: se nada é de um, tudo é de todos, embora o sentimento seja ao mesmo tempo individual e coletivo. Essa é a forma que ele encontra para desmontar um regime caduco, que insiste em se reproduzir parasitariamente pelos sistemas da nossa sociedade.
Enquanto isso, do outro lado, o que faz o governo? Procura um vilão, um culpado, um subversivo, uma horda de violentos necessitados. E o que encontra? Novamente, nada. Apenas uma mulher que nunca havia cegado, seu marido oftalmologista, um cão que lambe suas lágrimas e um comissário que ao invés da cegueira branca é tomado, como que de súbito, por uma lucidez branca como a paz.

Revisão textual: Patrícia Araújo


Quais os temas de atualidades que podem cair no Enem 2013


Está se preparando para a prova do Enem 2013? Confira a seguir uma lista com os principais temas da atualidade do primeiro trimestre de 2013 que podem cair no Enem 2013, e veja como cada um pode ser abordado no exame.
Quais os temas de atualidades que podem cair no Enem 2013
A prova do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) é conhecida pela abordagem aos temas atuais. E devemos reconhecer: o ano de 2013 já trouxe muitas novidades. É fundamental que você esteja familiarizado com tudo que vem acontecendo ultimamente, seja no Brasil ou no mundo, para garantir boas notas no exame que este ano acontece nos dias 26 e 27 de outubro.


download livros








De acordo com informações do Universia Brasil, mais de 500 obras literárias estão disponíveis para download gratuito no portal da instituição. Entre elas, oito dos nove livros cobrados pelas bancas da Fuvest e da Unicamp no vestibular. O único que ainda não ganhou versão digital é Capitães da Areia, de Jorge Amado.

De acordo com a entidade, ao todo foram publicados 521 arquivos em formato PDF, que pode ser lido em computadores, tablets e e-readers. As obras são dos mais variados estilos: há desde biografias de cineastas até textos científicos sobre comunicação, passando, claro, por grandes clássicos da literatura.

Vestibular

Estão disponíveis para download os seguintes livros da Fuvest e da Unicamp:
- A Cidade e as Serras (Eça de Queirós)
- O Cortiço (Aluísio Azevedo)
- Memórias de um Sargento de Milícias (Manuel Antônio de Almeida)
- Memórias Póstumas de Brás Cubas (Machado de Assis)
- Sentimento do Mundo (Carlos Drummond de Andrade)
- Til (José de Alencar)
- Viagens na Minha Terra (Almeida Garrett)
- Vidas Secas (Graciliano Ramos)
As obras de Aluísio de Azevedo são destaque entre o material. São 17 livros do romancista, contista, cronista, diplomata, caricaturista e jornalista nascido no Maranhão. Além disso, pode ser feito o download de 27 livros de José de Alencar, 18 de Eça de Queirós, 13 de Fernando Pessoa, 8 de Lima Barreto.
Com informações do Estadão