quinta-feira, 13 de novembro de 2014

O CORTIÇO (ALUÍSIO AZEVEDO)

"O Cortiço" - Análise da obra de Aluísio de Azevedo

03/09/2012 21h 07

Tendo como cenário uma habitação coletiva, o romance difunde as teses naturalistas, que explicam o comportamento dos personagens com base na influência do meio, da raça e do momento histórico.

Uma alegoria do Brasil do século XIX
Ao ser lançado, em 1890, "O Cortiço" teve boa recepção da crítica, chegando a obscurecer escritores do nível de Machado de Assis. Isso se deve ao fato de Aluísio de Azevedo estar mais em sintonia com a doutrina naturalista, que gozava de grande prestígio na Europa. O livro é composto de 23 capítulos, que relatam a vida em uma habitação coletiva de pessoas pobres (cortiço) na cidade do Rio de Janeiro. 

O romance tornou-se peça-chave para o melhor entendimento do Brasil do século XIX. Evidentemente, como obra literária, ele não pode ser entendido como um documento histórico da época. Mas não há como ignorar que a ideologia e as relações sociais representadas de modo fictício em "O Cortiço" estavam muito presentes no país.

Essa obra de Aluísio de Azevedo tem como influência maior o romance "L’Assommoir" do escritor francês Émile Zola, que prescreve um rigor científico na representação da realidade. A intenção do método naturalista era fazer uma crítica contundente e coerente de uma realidade corrompida. Zola e, neste caso, Aluísio combatem, como princípio teórico, a degradação causada pela mistura de raças. Por isso, os romances naturalistas são constituídos de espaços nos quais convivem desvalidos de várias etnias. Esses espaços se tornam personagens do romance.

É o caso do cortiço, que se projeta na obra mais do que os próprios personagens que ali vivem. Em um trecho do romance o narrador compara o cortiço a uma estrutura biológica (floresta), um organismo vivo que cresce e se desenvolve, aumentando as forças daninhas e determinando o caráter moral de quem habita seu interior.

Mais do que empregar os preceitos do naturalismo, a obra mostra práticas recorrentes no Brasil do século XIX. Na situação de capitalismo incipiente, o explorador vivia muito próximo ao explorado, daí a estalagem de João Romão estar junto aos pobres moradores do cortiço. Ao lado, o burguês Miranda, de projeção social mais elevada que João Romão, vive em seu palacete com ares aristocráticos e teme o crescimento do cortiço. Por isso pode-se dizer que "O Cortiço" não é somente um romance naturalista, mas uma alegoria do Brasil.

O autor naturalista tinha uma tese a sustentar sua história. A intenção era provar, por meio da obra literária, como o meio, a raça e a história determinam o homem e o levam à degradação. 
A obra está a serviço de um argumento. Aluísio se propõe a mostrar que a mistura de raças em um mesmo meio desemboca na promiscuidade sexual, moral e na completa degradação humana. Mas, para além disso, o livro apresenta outras questões pertinentes para pensar o Brasil, que ainda são atuais, como a imensa desigualdade social.

Resumo
O livro narra inicialmente a saga de João Romão rumo ao enriquecimento. Para acumular capital, ele explora os empregados e se utiliza até do furto para conseguir atingir seus objetivos. João Romão é o dono do cortiço, da taverna e da pedreira. Sua amante, Bertoleza, o ajuda de domingo a domingo, trabalhando sem descanso.

Em oposição a João Romão, surge a figura de Miranda, o comerciante bem estabelecido que cria uma disputa acirrada com o taverneiro por uma braça de terra que deseja comprar para aumentar seu quintal. Não havendo consenso, há o rompimento provisório de relações entre os dois.

Com inveja de Miranda, que possui condição social mais elevada, João Romão trabalha ardorosamente e passa por privações para enriquecer mais que seu oponente. Um fato, no entanto, muda a perspectiva do dono do cortiço. Quando Miranda recebe o título de barão, João Romão entende que não basta ganhar dinheiro, é necessário também ostentar uma posição social reconhecida, freqüentar ambientes requintados, adquirir roupas finas, ir ao teatro, ler romances, ou seja, participar ativamente da vida burguesa.

No cortiço, paralelamente, estão os moradores de menor ambição financeira. Destacam-se Rita Baiana e Capoeira Firmo, Jerônimo e Piedade. Um exemplo de como o romance procura demonstrar a má influência do meio sobre o homem é o caso do português Jerônimo, que tem uma vida exemplar até cair nas graças da mulata Rita Baiana. Opera-se uma transformação no português trabalhador, que muda todos os seus hábitos.

A relação entre Miranda e João Romão melhora quando o comerciante recebe o título de barão e passa a ter superioridade garantida sobre o oponente. Para imitar as conquistas do rival, João Romão promove várias mudanças na estalagem, que agora ostenta ares aristocráticos. 

O cortiço todo também muda, perdendo o caráter desorganizado e miserável para se transformar na Vila João Romão.

O dono do cortiço aproxima-se da família de Miranda e pede a mão da filha do comerciante em casamento. Há, no entanto, o empecilho representado por Bertoleza, que, percebendo as manobras de Romão para se livrar dela, exige usufruir os bens acumulados a seu lado. 

Para se ver livre da amante, que atrapalha seus planos de ascensão social, Romão a denuncia a seus donos como escrava fugida. Em um gesto de desespero, prestes a ser capturada, Bertoleza comete o suicídio, deixando o caminho livre para o casamento de Romão.

Lista de personagens
Os personagens da obra são psicologicamente superficiais, ou seja, há a primazia de tipos sociais. Os principais são: 

João Romão: taverneiro português, dono da pedreira e do cortiço. Representa o capitalista explorador. 

Bertoleza: quitandeira, escrava cafuza que mora com João Romão, para quem ela trabalha como uma máquina. 

Miranda:
 comerciante português. Principal opositor de João Romão. Mora num sobrado aburguesado, ao lado do cortiço. 

Jerônimo: português “cavouqueiro”, trabalhador da pedreira de João Romão, representa a disciplina do trabalho. 

Rita Baiana:
 mulata sensual e provocante que promove os pagodes no cortiço. Representa a mulher brasileira. 

Piedade:
 portuguesa que é casada com Jerônimo. Representa a mulher europeia. 

Capoeira Firmo: mulato e companheiro que se envolve com Rita Baiana. 

Arraia-Miúda: 
representada por lavadeiras, caixeiros, trabalhadores da pedreira e pelo policial Alexandre.

Sobre Aluísio de Azevedo
Aluísio de Azevedo nasceu em São Luís, Maranhão, em 14 de abril de 1857. Após concluir seus estudos na terra natal, transfere-se em 1876 para o Rio de Janeiro, onde prossegue seus estudos na Academia Imperial de Belas-Artes. Começa, então, a trabalhar como caricaturista para jornais. 

Com o falecimento do pai em 1879, Aluísio de Azevedo retorna ao Maranhão para ajudar a sustentar a família, época em que dá início à carreira literária movido por dificuldades financeiras. Assim, publica em 1880 seu primeiro livro, Uma lágrima de mulher. Com a questão abolicionista ganhando cada vez mais espaço no final do século XIX, publica em 1881 o romance "O mulato", obra que inaugurou o Naturalismo no Brasil e que escandalizou a sociedade pelo modo cru com que trata a questão racial. Devido ao sucesso que a obra obteve na corte, Aluízio volta à capital imperial e passa a exercer o ofício de escritor, publicando diversos romances, contos e peças de teatro.

Em 1910 instala-se em Buenos Aires trabalhando como cônsul e vem a falecer três anos depois nessa mesma cidade em 21 de janeiro de 1913. 

Suas principais obras são: "O mulato" (1881), "Casa de pensão" (1884) e "O cortiço" (1890).

FONTE: http://guiadoestudante.abril.com.br/estudar/literatura/cortico-resumo-obra-aluisio-azevedo-700291.shtml


Debate literário realizado pelo time Geração Leitura - Superação Jovem - da Sala de Leitura - EE "José Florêncio do Amaral' - 2014

quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Vídeos motivacionais

Família e Escola
Uma parceria necessária

Sobre a influência dos pais na decisão dos filhos

Tolerância










quinta-feira, 14 de agosto de 2014

A homenagem de Leonardo Boff a Suassuna


A CHEGADA DE ARIANO SUASSUNA NO CÉU

12/08/2014
Ariano Suassuna, grande artista brasileiro, alegrou a muita gente com suas peças de teatro e com suas palestra-espetáculo.Certamente estes versos, bem no estilo nordestino, alegrarão a muitos como me alegraram a mim. E também prestam-lhe uma homenagem das mais merecidas. LBoff


A CHEGADA DE ARIANO SUASSUNA NO CÉU
Autores: Klévisson Viana e Bule-Bule

Nos palcos do firmamento
Jesus concebeu um plano
De montar um espetáculo
Para Deus Pai Soberano
E, ao lembrar de um dramaturgo,
Mandou buscar Ariano.

Jesus mandou-lhe um convite,
Mas Ariano não leu.
Estava noutro idioma,
Ele num canto esqueceu,
Nem sequer observou
Quem foi que lhe escreveu.

Depois de um tempo, mandou
Uma segunda missiva.
A secretária do artista
Logo a dita carta arquiva,
Dizendo: — Viagem longa
A meu mestre não cativa.

Jesus sem ter a resposta
Disse torcendo o bigode:
— Eu vejo que Suassuna
É teimoso igual a um bode.
Não pode, mas ele pensa
Que é soberano e pode!

Jesus, já perdendo a calma,
Apelou pra outro suporte.
Para cumprir a missão,
Autorizou Dona Morte:
— Vá buscar o escritor,
Mas vê se não erra o corte!

A morte veio ao País
Como turista estrangeiro,
Achando que o Brasil
Era só Rio de Janeiro.
No rastro de Suassuna,
Sobrou pra Ubaldo Ribeiro.

Porém, antes de encontrá-lo,
Sofreu um constrangimento
Passando em Copacabana,
Um malfazejo elemento
Assaltou ela levando
Sua foice e documento.

A morte ficou sem rumo
E murmurou dessa vez:
— Pra não perder a viagem
Vou vender meu picinez
Para comprar outra foice
Na loja de algum chinês.

Por um e noventa e nove
A dita foice comprou.
Passando a mão pelo aço,
Viu que ela enferrujou
E disse: — Vai essa mesma,
Pois comprar outra eu não vou!

A morte saiu bolando,
Sem direção e sem tino,
Perguntando a um e a outro
Pelo escritor nordestino,
Obteve informação,
Gratificando um menino.

Ao encontrar João Ubaldo,
Viu naufragar o seu plano,
Se lembrando da imagem
Disse: — Aqui há um engano.
Perguntou para João
Onde é que estava Ariano.

Nessa hora João Ubaldo,
Quase ficando maluco,
Tomou um susto arretado,
Quando ali tocou um cuco,
Mas, gaguejando, falou:
—Ele mora em Pernambuco!

A morte disse: — Danou-se
Dinheiro não tenho mais
Para viajar tão longe,
Mas Ariano é sagaz.
Escapou mais uma vez,
Vai você mesmo, rapaz!

Quando chegou lá no Céu
Com o escritor baiano,
Cristo lhe deu uma bronca:
— Já foi baldado o meu plano.
Pedi um da Paraíba
E você trouxe um baiano.

João Ubaldo é talentoso,
Porém não escreve tudo.
“Viva o Povo Brasileiro”
É sua obra de estudo,
Mas quero peça de humor,
Que o Céu tá muito sisudo.

Foi consultar os arquivos
Pra ressuscitar João,
Mas achou desnecessário,
Pois já era ocasião
Pra ele vir prestar contas
Ali na Santa Mansão.

Jesus olhou para a Morte
E disse assim: — Serafina,
Vejo não és mais a mesma.
Tu já foste mais malina,
Tá com pena ou tá com medo,
Responda logo, menina?!

— Jesus, eu vou lhe falar
Que preciso de dinheiro.
Ariano mora bem
No Nordeste brasileiro.
Disse o Cristo: —Tenho pressa,
Passe lá no financeiro!

— Só faço que é pra o Senhor.
Pra outro, juro não ia.
Ele que se conformasse
Com o escritor da Bahia.
Se dependesse de mim,
Ariano não morria.

A morte na internet
Comprou passagem barata.
Quase morria de susto
Naquela viagem ingrata.
De vez em quando dizia:
— Eita que viagem chata!

Uma aeromoça lhe trouxe
Duas barras de cereais.
Diz ela: — Estou de regime.
Por favor, não traga mais,
Porque se vier eu como,
Meu apetite é voraz!

Quando chegou no Recife,
Ficou ela de plantão
Na porta de Ariano
Com sua foice na mão,
Resmungando: — Qualquer hora
Ele cai no alçapão!

A morte colonizada,
Pensando em lhe agradar,
Uma faixa com uma frase
Ela mandou preparar,
Dizendo: “Welcome Ariano”,
Mas ele não quis entrar.

Vendo a tal faixa, Ariano
Ficou muito revoltado.
Começou a passar mal,
Pediu pra ser internado
E a morte foi lhe seguindo
Para ver o resultado.

Eu não sei se Ariano
Morreu de raiva ou de medo.
Que era contra estrangeirismos,
Isso nunca foi segredo.
Certo é que a morte o matou
Sem lhe tocar com um dedo.

Chegou no Céu Ariano,
Tava a porta escancarada.
São Pedro quando o avistou
Resmungando na calçada,
Correu logo pra o portão,
Louvando a sua chegada.

Um anjinho de recado
Foi chamar o Soberano,
Dizendo: – O Senhor agora
Vai concretizar seu plano.
São Pedro mandou dizer
Que aqui chegou Ariano.

Jesus saiu apressado,
Apertando o nó da manta
E disse assim: — Vou lembrar
Dessa data como santa
Que a arte de Ariano
Em toda parte ela encanta.

São Pedro lá no portão
Recebeu bem Ariano,
Que chegou meio areado,
Meio confuso e sem plano.
Ao perceber que morreu,
Se valeu do Soberano.

Com um chapelão de palha
Chegou Ascenso Ferreira,
O grande Câmara Cascudo,
Zé Pacheco e Zé Limeira.
João Firmino Cabral
Veio engrossar a fileira.

E o próprio João Ubaldo
(Que foi pra lá por engano)
Veio de braços abertos
Para abraçar Ariano.
E esse falou: – Ubaldo,
Morrer não tava em meu plano!

Logo chegou Jorge Amado
E o ator Paulo Goulart.
Veio também Chico Anysio
Que começou a contar
Uma anedota engraçada
Descontraindo o lugar.

Logo chegou Jesus Cristo,
Com seu rosto bronzeado.
Veio de braços abertos,
Suassuna emocionado
Disse assim: — Esse é o Mestre,
O resto é papo furado!

Suassuna que, na vida,
Sonhou em ser imortal,
Entrou para Academia,
Mas percebeu, afinal,
Que imortal é a vida
No plano celestial.

Jesus explicou seus planos
De fazer uma companhia
De teatro e ele era
O escritor que queria
Para escrever suas peças,
Enchendo o Céu de alegria.

Nisso Ariano responde:
— Senhor, eu me sinto honrado,
Porém escrever uma obra
É serviço demorado.
Às vezes gasto dez anos
Para obter resultado.

Nisso Jesus gargalhou
E disse: — Fique à vontade.
Tempo aqui não é problema,
Estamos na eternidade
E você pode criar
Na maior tranquilidade.

Um homem bem pequenino
Com chapeuzinho banzeiro,
Com um singelo instrumento,
Tocou um coco ligeiro
Falando da Paraíba:
Era Jackson do Pandeiro.

Logo chegou Luiz Gonzaga,
Lindu do Trio Nordestino,
E apontou Dominguinhos
Junto a José Clementino
E o grande Humberto Teixeira,
Raul e Zé Marcolino.

Depois chegou Marinês
Com Abdias de lado
E Waldick Soriano,
Com um vozeirão impostado,
Cantou “Torturas de Amor”,
Como sempre apaixonado.

Veio então Silvio Romero
Com Catulo da Paixão,
Suassuna enxugou
As lágrimas de emoção
E Catulo, com seu pinho,
Cantou “Luar do Sertão”.

Leandro Gomes de Barros
Junto a Leonardo Mota,
Chegou Juvenal Galeno,
Otacílio Patriota.
Até Rui Barbosa veio
Com título de poliglota.

Chegou Regina Dourado,
Tocada de emoção,
Juntinho de Ariano,
Veio e beijou sua mão
E disse: — Na sua peça
Quero participação.

Ariano dedicou-se
Àquele projeto novo.
Ao concluir sua peça,
Jesus deu o seu aprovo
E a peça foi encenada
Finalmente para o povo.

Na peça de Ariano
Só participa alma pura.
Ariano virou santo,
Corrigiu sua postura.
Lá no Céu ganhou o título
Padroeiro da cultura.

Os artistas que por ele
Já nutriam grande encanto
Agora estando em apuros,
Residindo em qualquer canto,
Lembra de Santo Ariano
E acende vela pro santo.

Ariano foi Quixote
Que lutou de alma pura.
Contra a arte descartável
Vestiu a sua armadura
Em qualquer dia do ano
Eu digo: viva Ariano
Padroeiro da Cultura!

FIM

http://leonardoboff.wordpress.com/2014/08/12/a-chegada-de-ariano-suassuna-no-ceu/#comment-30798

segunda-feira, 11 de agosto de 2014

http://jornalvozdopovo.com.br/noticia/educacao-e-cultura/escola-de-moncoes-homenageia-escritores-falecidos/moncoes/sp/3183/#prettyPhoto

Escola de Monções homenageia escritores falecidos


Escola de Monções homenageia escritores falecidos

Aescola José Florêncio do Amaral homenageou, no dia 30 de julho, quarta-feira, os escritores falecidos nesse mês. Foram quatro autores renomados da nossa literatura brasileira que deixam um legado de grandes obras para as gerações futuras. São eles: Ivan Junqueira, de 79 anos, falecido no dia três de julho; João Ubaldo Ribeiro, de 73 anos, falecido no dia 18 de julho; Rubem Alves, de 80 anos, falecido no dia 19 de julho e Ariano Suassuna, 87 anos, falecido em 23 julho. 

Com a intenção de homenagear esses autores, a Sala de Leitura em parceria com toda equipe escolar realizou em ATPC a leitura de textos desses autores. A aluna Giovana, da 8ª série, apresentou Rubem Alves com a crônica “A Madrasta e o Espelho”, retirado do livro “Retorno Eterno”. A aluna Sahara, também da 8ª série, o autor Ivan Junqueira com o poema “E se eu disser”, retirado do livro “O Outro Lado”. Da 3ª série do Ensino Médio, o aluno Carlos Sergio apresentou João Ubaldo Ribeiro com a crônica “O verbo por”, do livro “Contos e Crônicas” para se Ler na Escola. Em seguida, as professoras, Maria Idalina, de Língua Portuguesa e Iderli, de Orientação para Estudos e Pesquisas, apresentaram Ariano Suassuna com uma leitura dramática de um trecho de “O Auto da Compadecida”. Para finalizar, a vice-diretora da escola da família leu uma de suas crônicas cujo teor era um tributo aos autores. 

O objetivo da ação realizada foi despertar os leitores para as grandes obras da nossa literatura brasileira, bem como, para a importância de se valorizar a leitura como instrumento de cidadania. O Brasil possui um vasto rol de escritores talentosos. É fundamental que o leitor brasileiro descubra e valorize a riqueza da literária nacional.
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sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Casimiro de Abreu

http://www.youtube.com/watch?v=2lbZUeHD7sY
www.youtube.com/watch?v=le7UnUaxv90

A VALSA

Tu, ontem,
Na dança
Que cansa,
Voavas
Co'as faces
Em rosas
Formosas
De vivo,
Lascivo
Carmim;
Na valsa
Tão falsa,
Corrias,
Fugias,
Ardente,
Contente,
Tranqüila,
Serena,
Sem pena
De mim!

Quem dera
Que sintas
As dores
De amores
Que louco
Senti!
Quem dera
Que sintas!...
— Não negues,
Não mintas...
— Eu vi!...

Valsavas:
— Teus belos
Cabelos,
Já soltos,
Revoltos,
Saltavam,
Voavam,
Brincavam
No colo
Que é meu;
E os olhos
Escuros
Tão puros,
Os olhos
Perjuros
Volvias,
Tremias,
Sorrias,
P'ra outro
Não eu!

Quem dera
Que sintas
As dores
De amores
Que louco
Senti!
Quem dera
Que sintas!...
— Não negues,
Não mintas...
— Eu vi!...

Meu Deus!
Eras bela
Donzela,
Valsando,
Sorrindo,
Fugindo,
Qual silfo
Risonho
Que em sonho
Nos vem!
Mas esse
Sorriso
Tão liso
Que tinhas
Nos lábios
De rosa,
Formosa,
Tu davas,
Mandavas
A quem ?!

Quem dera
Que sintas
As dores
De arnores
Que louco
Senti!
Quem dera
Que sintas!...
— Não negues,
Não mintas,..
— Eu vi!...

Calado,
Sózinho,
Mesquinho,
Em zelos
Ardendo,
Eu vi-te
Correndo
Tão falsa
Na valsa
Veloz!
Eu triste
Vi tudo!

Mas mudo
Não tive
Nas galas
Das salas,
Nem falas,
Nem cantos,
Nem prantos,
Nem voz!

Quem dera
Que sintas
As dores
De amores
Que louco
Senti!

Quem dera
Que sintas!...
— Não negues
Não mintas...
— Eu vi!

Na valsa
Cansaste;
Ficaste
Prostrada,
Turbada!
Pensavas,
Cismavas,
E estavas
Tão pálida
Então;
Qual pálida
Rosa
Mimosa
No vale
Do vento
Cruento
Batida,
Caída
Sem vida.
No chão!

Quem dera
Que sintas
As dores
De amores
Que louco
Senti!
Quem dera
Que sintas!...
— Não negues,
Não mintas...
Eu vi!
Casimiro de Abreu

quinta-feira, 24 de julho de 2014


Festa Literária no Céu


 Rubem Alves
1933-2014

 Ivan Junquira
1934-2014

 Ariano Suassuna
1927-2014

João Ubaldo Ribeiro
1941-2014

      Ninguém nos avisou com antecedência dessa reunião no céu. Os literatos de plantão se foram, um a um. E, nós, pobres leigos mortais, nem tivemos tempo, ou ciência de nos despedirmos.
     Primeiro Ivan, o Junqueira, deixando vazia a cadeira 37 da ABL, silenciosos os versos que esperavam nascer indo dar-lhes à luz dO Outro Lado e sem tradução as obras que o esperavam para serem saboreadas na língua portuguesa.
Seguindo os passos de Junqueira rumo à morada eterna, com toda sua baianisse, nosso jornalista, cronista, professor, advogado, roteirista de voz sensual, João, o Ubaldo Ribeiro, disponibilizando a cadeira 34 para quem demonstrar o talento e sapiência que o acompanhou pelos seus 73 anos de caminhada bem vividos. E, que esteja vivo na lembrança do povo que ele tanto exaltou, Viva o Povo Brasileiro, pois O Sorriso do Lagarto se calou.
     Talvez a inveja (boa) tenha batido à porta do mineiro, e ele resolveu seguir os amigos com a intenção de cuidar dos jardins celestiais. Por isso partiu  nosso psicanalista teólogo, educador, cronista, poeta Rubem Alves. Quem sabe agora tenha desvendado os mistérios das religiões que por tanto tempo o perseguiram, assim como os importunos da ditadura. Suas palavras ficarão para nos direcionar nos momentos de crise existencial, quando assim dizia: "Eu achava que religião não era para garantir o céu, depois da morte, mas para tornar esse mundo melhor, enquanto estamos vivos." É isso que também acho.
        E, agora lá vai Ariano, o Suassuna, talvez, dramatizar o Auto da Compadecida em um cenário preparado à sua pessoa. Que Deus se compadeça de nós, pela sua ausência e, que A Pedra do Reino, seja o marco da saudade que fará ser lembrado por aqueles que jamais o esquecerão e conhecido por aqueles que não foram agraciados por tal oportunidade.
        Enquanto, cá na terra, homenagens e lágrimas são espalhadas, lá no céu o grande encontro deve estar sendo festejado pelos anjos e querubins que terão a companhia eterna dos artistas das palavras. A população celeste deve estar em júbilo, enquanto a minha biblioteca veste luto. Descansem em paz!


Neuceli Maria
24/07/2014



quarta-feira, 21 de maio de 2014

A POLÊMICA DE DOM CASMURRO

"Dom Casmurro" - Análise da obra de Machado de Assis

23/08/2012 01h 42
Publicado pela primeira vez em 1899, "Dom Casmurro" é uma das grandes obras de Machado de Assis e confirma o olhar certeiro e crítico que o autor estendia sobre toda a sociedade brasileira. Também a temática do ciúme, abordada com brilhantismo nesse livro, provoca polêmicas em torno do caráter de uma das principais personagens femininas da literatura brasileira: Capitu.

- Leia o resumo de "Dom Casmurro"

Muitas leituras possíveis
Há uma discussão em torno da obra que alimenta os espíritos mais inflamados: Capitu traiu ou não seu marido Bento Santiago, o Bentinho? 

O romance, entretanto, presta-se a muitas leituras, e é interessante ver como a recepção ao livro se modificou com o passar do tempo. Quando foi lançado, era visto como o relato inquestionável de uma situação de adultério, do ponto de vista do marido traído. Depois dos anos 1960, quando questões relativas aos direitos da mulher assumiram importância maior em todo o mundo, surgiram interpretações que indicavam outra possibilidade: a de que a narrativa pudesse ser expressão de um ciúme doentio, que cega o narrador e o faz conceber uma situação imaginária de traição. 

Machado de Assis, autor sutil e de penetração aguda em questões sociais, arma o problema e testa seu leitor. É impressionante como isso vale ainda hoje, mais de um século depois do lançamento do livro. O romance é a história de um homem de posses que ama uma moça pobre e esperta e se casa com ela. Em sua velhice, ele escreve um romance de memórias para compreender melhor a vida. 

Capitu, até a metade do livro, é quem dá as cartas na relação. É inteligente, tem iniciativa, procura articular maneiras de livrá-lo do seminário etc. Trata-se de uma garota humilde, mas avançada e independente, muito diferente da mulher vista como modelo pela sociedade patriarcal do século XIX. Nesse sentido, Capitu representa no livro duas categorias sociais marginalizadas no Brasil oitocentista: os pobres e as mulheres. A personagem acabará por "perturbar" a família abastada, ao casar-se com o homem rico. 

Percebe-se, por isso, o peso do possível adultério em suas costas. Não se trata apenas de uma questão conjugal entre iguais, mas de uma condenação de classe. Bentinho utiliza o arbítrio da palavra para culpar sua esposa. Mas é ele quem narra os acontecimentos e, por isso, pode manipular os fatos da maneira que melhor lhe convém. Não se sabe até que ponto os fatos relatados correspondem ao que ocorreu, ou são uma interpretação feita pelo personagem, que, além de tudo, escreve que não tem boa memória. 

Nesse sentido, a questão central do livro não é o adultério, e sim como Machado introduz na literatura brasileira o problema das classes e, ainda, de forma inovadora, a questão da mulher. Dom Casmurro coloca no centro de sua temática a menina que não se deixa comandar e, em virtude disso, perturba a ordem vigente naquele ambiente social estreito e conservador. 

Paródia
Uma das formas mais clássicas que assume o humor e a ironia de Machado de Assis é a paródia. Uma paródia seria uma imitação cômica de um outro texto literário (pode ser também de uma música, filme, estilo, filosofia, etc.) já consagrado pela tradição. Em "Dom Casmurro", temos três grandes paródias:

1) "Ilíada" de Homero: no capítulo 125, "Uma comparação", Bentinho é obrigado a fazer um discurso em honra do suposto amante de sua mulher. Em Ilíada, o rei de Tróia, Príamo, teve que beijar a mão de Aquiles, assassino de seu filho Heitor.

2) "Otelo", Shakespeare: a vida de Bentinho é sempre narrada com o mesmo tom trágico de uma ópera. Sua maior aproximação é com a peça Otelo, devido ao tema do ciúme e traição presente nas duas obras.

3) O mito de Abraão e Isaac: no Velho Testamento, Deus pede que Abraão sacrifique seu filho Isaac em seu nome. Porém, na hora em que Abraão ia imolar seu próprio filho, o Anjo do Senhor aparece impedindo e um carneiro é oferecido em lugar de Isaac. Em "Dom Casmurro", a mãe de Bentinho promete seu filho a Deus (ele seria padre) antes mesmo de o conceber. Porém, Bentinho se apaixona por Capitu e eles lutam para ficarem juntos. O amor de Capitu consegue anular a promessa feita pela mãe dele e assim os dois podem se casar.

Narrador 
O narrador é Bento Santiago, transformado já no velho Dom Casmurro. O foco narrativo é, portanto, em primeira pessoa e toda a narrativa é uma lembrança do personagem sobre sua vida, desde os tempos de criança, quando ainda era chamado de Bentinho. Porém, trata-se de um narrador problemático: primeiro porque o narrador é um homem emotivamente arrasado e instável; segundo porque ele narra fatos que não conhece bem, podendo ser tudo fruto de sua imaginação.

Tempo 
O tempo da narrativa é psicológico, e não cronológico. Esse recurso é chamado impressionismo, porque o narrador se detém nas experiências que marcaram sua subjetividade. Seria usada pelo escritor francês Marcel Proust em sua obra Em Busca do Tempo Perdido. A falibilidade da memória surge como fator de complexidade, uma vez que uma lembrança só pode ser acessada de um momento presente. 

Os acontecimentos, então, passam pelo filtro da subjetividade presente. É por isso que a descrição que o narrador faz de Capitu, como uma pessoa volúvel e sensual, deve ser posta em dúvida pelo leitor. O sentimento de ciúme exacerbado de Bento pode ter desvirtuado a figura da personagem.

Comentário do professor
A profa. Aparecida Augusta Barbosa, do Cursinho do XI, lembra que "Dom Casmurro" é uma obra publicada na segunda metade do século XIX, período de desenvolvimento do cientificismo, que procura resultados exatos para explicar o mundo. Assim, há uma proposta artística de desnudar o real e desvendar os contrastes do íntimo, tentando explicá-los com os métodos científicos. Além disso, dentro de um contexto histórico trata-se de um período repleto de mudanças sócio-políticas e intelectuais, tais como a abolição da escravatura (1888), a Proclamação da República (1889), a entrada de imigrantes no país, e a modernização do Brasil com a dinamização da vida social e cultural, principalmente no Rio de Janeiro, sede do governo na época. Assim, afirma a prof. Augusta, era um momento propício para as artes absorverem as novas ideias vindas da Europa, tais como o liberalismo, o socialismo e as teorias cientificistas.

Dentro desse contexto histórico-cultural é que precisa-se pensar a obra de Machado de Assis. "Dom Casmurro" é uma obra narrada em primeira pessoa por um homem já velho e solitário, que está tentando "atar das duas pontas da vida" (infância e velhice). O tom do romance, que é construído em flashback, é de uma pessoa desiludida e amargurada, e sua visão dos fatos narradas é totalmente subjetiva e unilateral. Por conta disso, o livro adquire diversas leituras possíveis e permanece-se com a dúvida sobre o adultério de Capitu, afirma a profa. Augusta.

Além disso, a linguagem utilizada por Machado de Assis é marcadamente acadêmica e bem cuidada, sendo clássica e regida pelas normas de correção gramatical estabelecidas. Entretanto, há o registro em alguns pontos de aspectos típicos da língua utilizada pela personagem e registros mais informais e informais da língua portuguesa. Assim, a linguagem usada pelas personagens e o nível social dos protagonistas pode ser uma questão abordada pelos vestibulares, finaliza a profa. Augusta.
fonte: http://guiadoestudante.abril.com.br/estudar/literatura/dom-casmurro-analise-obra-machado-assis-698986.shtml?utm_source=redesabril_jovem&utm_medium=facebook&utm_campaign=redesabril_guiadoestudante

quinta-feira, 3 de abril de 2014

SÓ PARA FRUIR..

LITERATURA AFRICANA

Foto

EM DIA COM O VESTIBULAR



Inovação nos vestibulares




As mudanças nos gêneros das redações e nas leituras obrigatórias de alguns dos principais vestibulares do país têm inovado. Já não podemos afirmar que a Educação continua uma mesmice. O candidato deve estar, mais do que nunca, atento a essas mudanças para não correr o risco de ficar alheio ao que foi exigido no momento da prova. Um exemplo é a UFRGS que inclui até a leitura de uma obra sonora.
Fiquem atentos pessoal!


31/03/2014 11h35 - Atualizado em 31/03/2014 11h38

PELA 1ª VEZ UFRGS INCLUI DISCO ENTRE LEITURAS OBRIGATÓRIAS PARA VESTIBULAR

 

Álbum ‘Tropicália ou Panis et Circenses’ é marco de movimento musical.
Lídia Jorge, Tabajara Ruas e Sergio Faraco também foram selecionados


Álbum Tropicália ou Panis et Circenses está entre leituras obrigatórias do vestibular da UFRGS (Foto: Reprodução)

A Universidade Federal do Rio Grande do Sul (31) divulgou nesta segunda-feira (31) a lista das leituras obrigatórias para o Vestibular 2015. Pela primeira vez, os candidatos terão de fazer a “leitura de uma obra sonora”, o álbum Tropicália ou Panis et Circenses, marco do movimento musical que alçou Caetano Veloso, Gilberto Gil, Os Mutantes e outros então jovens compositores à condição de vanguarda da música popular brasileira.
Os demais autores selecionados foram a escritora portuguesa Lídia Jorge, com a obra “A noite das mulheres cantoras”; e os autores gaúchos Tabajara Ruas, com o livro “O amor de Pedro por João”, e Sergio Faraco, com o livro de contos “Dançar tango em Porto Alegre”. É a primeira vez que esses títulos entram na lista.
As obras “Terras do Sem Fim”, de Jorge Amado, “Boca de Ouro”, de Nelson Rodrigues, “As Parceiras”, de Lya Luft, “O Guardador de Rebanhos”, de Alberto Caeiro (heterônimo de Fernando Pessoa), “Memórias de um Sargento de Milícias”, de Manuel Antônio de Almeida, e “Esaú e Jacó”, de Machado de Assis, também foram escolhidas. Ainda serão obrigatórias as leituras de uma seleta de Gregório de Matos Guerra e de 12 contos de Murilo Rubião.
Fonte: http://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/noticia/2014/03/pela-1-vez-ufrgs-inclui-disco-entre-leituras-obrigatorias-para-vestibular.html


AS NOVIDADES NA LEITURA DO VESTIBULAR DA UFRGS
A Noite das Mulheres Cantoras
Gênero: romance

Sinopse - A Noite das Mulheres Cantoras - Lídia Jorge

Há uma pergunta que percorre este romance de Lídia Jorge, da primeira à última página: quantas vítimas se deixam pelo caminho para se perseguir um objetivo? A ação do romance decorre no final dos anos 80 do século XX e invoca um tema de inesperada audácia - o da força da idolatria e a construção do êxito -, visto a partir do interior de um grupo 21 anos mais tarde, na forma de um monólogo. Como é habitual na obra da autora, a questão social é relevante - a força do todo e a aniquilação do indivíduo perante o coletivo são temas presentes neste livro. Mas aqui, tratando-se de um grupo fechado e dominado pela música, a parábola social submerge perante a descrição de um ambiente de grande envolvimento humano e de densidade poética. Servido por uma narrativa ao mesmo tempo rude e mágica, A Noite das Mulheres Cantoras propõe a quem o lê a história de seis figuras que passam a viver para sempre no nosso imaginário. A história de amor comovente que une as duas personagens principais, Solange de Matos e João de Lucena, é, por certo, um daqueles episódios que iluminam a realidade, e torna a grande literatura sobre a vida de hoje indispensável, com os ingredientes próprios da cultura dos nossos dias. 

A Noite das Mulheres Cantoras - Lídia Jorge
fonte:http://www.skoob.com.br/livro/261533-a_noite_das_mulheres_cantoras




O Amor de Pedro por João
Gênero: romance

Nos anos de chumbo, exílio é palavra corrente. Muitos são os que vivem o drama de deixar o Brasil, perseguidos pelos agentes da ditadura. Gente incomum nos ideais, mas simples nas emoções. Gente como os personagens de O AMOR DE PEDRO POR JOÃO, de Tabajara Ruas, que ganha nova edição pela Record. O livro mostra o outro lado da militância política: a solidão, tão contundente quanto a ponta dos fuzis; a esperança, única arma capaz de resistir à poderosa máquina repressora; e o carinho, ungüento para as feridas da luta.
Como tantos brasileiros, os protagonistas de O AMOR DE PEDRO POR JOÃOprocuram abrigo, inicialmente, no Chile socialista de Allende. Afugentados pela revolução de Pinochet, são obrigados a partir para um novo exílio na Europa. Não há no romance dimensões heróicas — no meio dos conflitos, os personagens, apesar da truculência da perseguição, encontram tempo para venturas e desventuras românticas. Dramas e fugas para o exílio, para a insanidade ou para a morte dividem espaços com momentos de esperança, risos e solidariedade.
O AMOR DE PEDRO POR JOÃO é o segundo romance de Tabajara Ruas. Escrito em Copenhague, durante o exílio imposto ao autor pela ditadura militar, utiliza a linguagem cinematográfica em toda a sua agilidade e fragmentação. O primeiro, A região submersa, foi publicado em Portugal e na Dinamarca, no final dos anos 1970. Seguiram-se Os varões assinalados (1985), Perseguição e cerco a Juvêncio Gutierrez (1990), Netto perde sua alma (1995), O fascínio e o ensaio A cabeça de Gumercindo Saraiva, com Elmar Bones (1997, ambos editados pela Record). Quase toda sua obra já foi publicada no exterior.Netto perde sua alma e O fascínio estão sendo adaptados para o cinema.
Tabajara Ruas, gaúcho de Uruguaiana, é escritor, tradutor e roteirista de quadrinhos, televisão e cinema. Participou, entre outros filmes, de Kilaso mau da fitaAnahy de la Misiones e O dia em que Dorival encarou a guarda. Publicou, em diversos jornais, o folhetim A segunda existência de Terry Lennox. Estudou Arquitetura na Universidade Federal do Rio Grande do Sul e na Kongeligkunstdami, em Copenhague.
Entre 1971 e 1981, foi exilado e morou em diversos países: Chile, Argentina, Dinamarca e Portugal. Colaborador de jornais e revistas do Brasil e autor de mais de uma dezena de especiais para a TV, recebeu prêmios nos Festivais de Locarno, Biarritz e Lisboa. Atualmente trabalha como publicitário, tendo conquistado diversos prêmios nacionais.
Internet:
www.zh.com.br/especial/especial7/pagina1.htm 



Livros Dancar Tango Em Porto Alegre [Pocket] - Faraco, Sergio (8525409391)
Gênero: contos

Sinopse - Dançar Tango em Porto Alegre - E Outros Contos Escolhidos - Sérgio Faraco

Considerado um dos maiores contista gaúchos da atualidade, Sérgio Faraco é autor de contos que “chegam a doer na sensibilidade do leitor”, como aponta Almeida Fischer. Os problemas, as angústias e as frustrações do ser humano são temas recorrentes nestes contos escolhidos.

Obra com texto integral.

Dançar Tango em Porto Alegre - E Outros Contos Escolhidos - Sérgio Faraco

fonte: http://www.skoob.com.br/livro/25679-dancar_tango_em_porto_alegre
Dançar tango em Porto Alegre, que toma o título de um dos contos eróticos mais bem realizados da literatura brasileira, divide-se em três partes. A primeira reúne textos de cunho regional, de natureza telúrica, em que a presença da campanha gaúcha se evidencia pelo caráter fronteiriço das histórias contadas. Há, nesses contos de recorte realista, a revelação de uma sintaxe cultural que articula, a seu modo, os componentes brasileiros e platinos, deixando claro que a literatura dá forma a uma visão de mundo intrínsecamente formada pelo contexto histórico e social. E também pelo antropológico, eis que as personagens de Sérgio Faraco agem segundo uma lógica também fronteiriça, produto de uma cultura brasileira extremamente diferenciada, urdida nos séculos de convívio com a cultura platina. E entram aí os mitos, os arquétipos, os modelos de comportamento que se formam na vida social. E que se transculturam, para usar uma expressão do crítico uruguaio Ángel Rama, ao referir-se ao processo de transformação por que passam as literaturas quando emigram de um sistema cultural para outro.

terça-feira, 7 de janeiro de 2014


No dia dedicado ao leitor, nada mais justo que nos parabenizarmos e nos sentirmos felizes em fazer parte de um grupo de pessoas que têm com o livro uma intimidade prazerosa, uma cumplicidade sem reticências...
Hoje descobri mais uma vantagem na leitura: o leitor é uma pessoa confiável. Isso mesmo! De manhã fui à rodoviária, avistei um senhor sentado em um lugar mais afastado, debaixo de uma árvore com um livro nas mãos. Tive vontade de me aproximar, mas dizer o quê? Foi, então, que lhe perguntei sobre onde poderia estacionar meu carro com segurança, já que eu não conhecia o local. Ele foi solícito e gentil, sinal de que leitores são, em geral, confiáveis e simpáticos. Logo na entrada do terminal, encontrei uma sala de espera com uma banca de livros (adorei!). Comecei a observar as pessoas e consegui identificar mais três leitores sentados nos bancos e um descendo do ônibus com um livro nas mãos.
Cheguei à conclusão de que, por mais que as pesquisas indiquem que os brasileiros não leem, tem uma comunidade de leitores em crescente expansão em nosso país. Graças a Deus!
Então, nesse dia do leitor, desejo a todos os leitores, de todos os cantos (debaixo das árvores, nos bancos de ônibus, nas salas de espera) que estejam sempre em boa companhia.
                                                                                                 Neuceli Maria



Informações, dicas e sugestões de especialistas em leitura

Importância da Leitura

Ler é um hábito poderoso que nos faz conhecer mundos e ideias. Descubra a importância da leitura para todas as idades!


Como fazer um jovem adulto gostar de ler?

Siga as dicas de especialistas e faça seu filho continuar cultivando o hábito de ler

28/03/2013 16:22
Texto Maria Slemenson e Marion Frank
Educar
Foto: Marcella Briotto
Foto: Quanto mais adultos, mais desculpas criamos para ler menos. Fuja dessa armadilha!
Quanto mais adultos, mais desculpas criamos para ler menos. Fuja dessa armadilha!
Um universo fascinante se esconde entre as páginas de um livro. Ganhar o gosto da leitura, incorporando às atividades de todos os dias, é ter, em mãos, a possibilidade de viajar, de se deixar levar pela narrativa, conhecendo gente, situações e terras em tudo diferentes - ou com eles se identificar, tantas são as semelhanças. Os ganhos da leitura são evidentes e, partir de 18 anos, quem se candidata a irá ajudá-lo a se manter próximo do mundo literário. "E, de acordo com a intensidade do contato, é grande a possibilidade desse jovem adulto se sentir interessado de ler temas e autores diferentes, até para descobrir com quais mais se identifica", comenta Theodora Maria Mendes de Almeida, diretora do colégio Hugo Sarmento, em São Paulo.
1808Especial Importância da Leitura 
Ler é um hábito poderoso que nos faz conhecer mundos e ideias. Descubra a importância da leitura para todas as idades!

Há um senão, porém: quanto mais se avança na idade, mais o tempo se mostra curto para fazer tudo o que se tem vontade. Ler é bacana, tudo bem, mas como conciliar a agenda diária com a disponibilidade de ler o que faz bem ao coração - e não apenas à carreira? Leitores adultos muitas vezes concentram a leitura nas obras que são extensão do trabalho - os chamados livros técnicos. Em outros casos, acontece o contrário, e o interesse é totalmente dirigido para os livros de ficção. Qual seria a recomendação da especialista? "É importante dividir o tempo de cada leitura, evitando o contato só com o livro didático ou só com o romance, até porque há outras coisas na vida, certo?", lembra Theodora. "O essencial é encontrar o equilíbrio".

Saiba agora o que você deve fazer para intensificar o vínculo com a leitura no seu cotidiano:

1. Peça dicas
Caso tenha dificuldade de encontrar um livro de interesse, peça indicação a um amigo de gosto parecido ou mesmo a quem trabalhe com livros, caso dos atendentes das livrarias. Porque há sempre um bom livro para indicar - e ler.

2. Conversar a respeito
Conversar com amigos, familiares e colegas sobre as últimas leituras é um modo de se manter atualizado sobre as novidades do mercado, alargando o conhecimento literário do que acontece dentro e fora do País.

3.Seja crítico
A leitura deve estar presente no dia a dia da casa e ser um assunto discutido em momentos de reunião (refeições, por exemplo). A resenha de um lançamento literário pode ser o pretexto para uma animada troca de ideias com os familiares.

4.Conheça as editoras
A leitura deve estar presente no dia a dia da casa e ser um assunto discutido em momentos de reunião (refeições, por exemplo). A resenha de um lançamento literário pode ser o pretexto para uma animada troca de ideias com os familiares.

5.Leia junto
Proponha, em casa, fazer leituras compartilhadas: escolha um livro de interesse de todos para ser lido em voz alta e depois debatido. É o ritual perfeito da família que encontra prazer nos livros.

6.Viaje com os livros
Procure sempre conhecer a obra de autores estrangeiros - é um modo de aumentar o seu conhecimento sobre o mundo.

fonte:http://educarparacrescer.abril.com.br/leitura/como-fazer-jovem-adulto-gostar-ler-737377.shtml


LITERATURA

O que ler?

Gêneros diversos estimulam o gosto pelo ato de ler, permitindo uma gama variada de sensações: alimentar desejos e sonhos e nos colocar em contato com o que jamais viveremos, entre tantas outras

03/12/2013 13:14
Texto Marion Frank
Educar
Foto: Aline Casassa
Foto: Prazeres da leitura: virar as páginas e se transportar para um mundo novo de encantamento
Prazeres da leitura: virar as páginas e se transportar para um mundo novo de encantamento


Passar os olhos por volumes de uma prateleira, escolher um deles e acomodar-se confortavelmente, numa poltrona ou no chão, em casa ou em uma biblioteca. Esquecer do tempo, deixar-se mergulhar na obra. Virar as páginas e se transportar para um mundo completamente novo e repleto de descobertas e aprendizagens, entretenimento e encantamento. "Os diferentes tipos de texto podem alimentar nossos desejos e sonhos do que ainda parece impossível; podem nos colocar em contato com experiências que jamais viveremos; podem oferecer a possibilidade de encontro com pessoas que vieram antes de nós e com as que vivem no nosso tempo", explica Cláudio Bazzoni, doutor em Literatura Espanhola pela Universidade de São Paulo (USP) e assessor da Secretaria Municipal de Educação de São Paulo.
Pouco importa o gênero da leitura, mas a cumplicidade entre o leitor e a obra, baseada no prazer que a leitura é capaz de proporcionar. Mas, para que a leitura seja, de fato, prazerosa, há uma condição importantíssima: o desejo do leitor. Como diz o escritor francês Daniel Pennac, "o verbo ler não suporta o imperativo". Para garantir a satisfação ao ler, ele recomenda o que chama de "direitos do leitor": escolher o que quer ler, o de reler, o de ler em qualquer lugar, ou, até mesmo, o de não ler.
Poemas, novelas, romances, contos, entre outros, baseiam-se na realidade, mas o que escrevem e as personagens que criam existem apenas nos textos. "Eles criam um mundo imaginário. Expressam sua maneira particular de ver o mundo e de transformá-lo", diz Bazzoni.
Para ajudá-lo na tarefa de escolher o que mais lhe agrada, selecionamos um cardápio variado, com opções em todos os gêneros. Boa leitura!


Livros para uma vida

Dezoito educadores selecionaram 204 obras essenciais para serem lidas do Ensino Infantil ao Ensino Médio

Confira no site do Educar para Crescer

http://educarparacrescer.abril.com.br/livros/?utm_source=redesabril_educar&utm_medium=facebook&utm_campaign=redesabril_educar