quarta-feira, 8 de julho de 2015

A LITERATURA ESQUECIDA

Carolina Maria de Jesus


Carolina Maria de Jesus foi uma pessoa simples que deixou sua marca na literatura brasileira. Infelizmente, desconhecida pelos leitores de sua terra. Com uma genialidade admirável registrou sua vivência sofrida em uma favela paulista. Sua obra, Quarto de despejo, traz um relato fiel do seu cotidiano na luta pela sobrevivência. Mulher, negra e pobre, surpreende o mundo acadêmico com o talento de sua escrita.

LITERATURA BRASILEIRA...MUITO BRASILEIRA
"Carolina Maria de Jesus nasceu no meio da sujeira e dos urubus.
Cresceu, sofreu, trabalhou duro; amou homens, teve filhos. Num livrinho, anotava com letra ruim suas tarefas e seus dias.
Um jornalista leu esses livros por acaso e Carolina Maria de Jesus converteu-se numa escritora famosa. Seu livro Quarto de Despejo, diário de cinco anos de vida num sórdido subúrbio da cidade de São Paulo, foi lido em 40 países e traduzido para 13 idiomas.
Cinderela do Brasil, produto do consumo mundial, Carolina Maria de Jesus saiu da favela, correu o mundo, foi entrevistada e fotografada, premiada pelos críticos, agasalhada pelos cavalheiros e recebida por presidentes.
Passaram-se os anos. No início de 1977, numa madrugada de domingo, Carolina Maria de Jesus morreu em meio ao lixo e aos urubus. Ninguém se lembrava da mulher que escrevera: “A fome é a dinamite do corpo humano”.
Ela, que havia vivido de restos, pode ser, fugazmente, uma eleita. Foi permitido a ela sentar-se à mesa. Depois da sobremesa, rompeu-se o encanto. Enquanto seu sonho transcorria, o Brasil continuava sendo um país onde a cada dia cem trabalhadores ficam lesados por acidentes de trabalho e onde quatro de cada dez crianças que nascem são obrigadas a converter-se em mendigos, ladrões ou mágicos."
(As Veias Abertas da América Latina, de Eduardo Galeano. Paz e Terra, 1994).

http://literatortura.com/2015/07/as-dez-estrategias-de-manipulacao-midiatica/


Carolina Maria de Jesus - Diário de Bitita


quinta-feira, 25 de junho de 2015

sábado, 14 de fevereiro de 2015

Book triller - a literatura no mundo atual


O Pequeno Príncipe (Antoine Saint Exupéry)



Você sabe o significado do termo "vagamundear"?
Pois há um escritor brasileiríssimo, autor de muitas "invencionices" da língua que nos ensina o significado deste e de muitos outros termos da mesma espécie. Seu nome é Oswald de Andrade e escreveu um livro magnífico chamado "Memórias Sentimentais de João Ribamar". Vale a pena ler!



93 anos da semana que deu o que falar




Veja 4 curiosidades sobre a Semana de Arte Moderna de 1922

Ana Lourenço | 11/02/2015
O maior marco do movimento modernista brasileiro completa 93 anos! A Semana de Arte Moderna teve início no dia 11 de fevereiro de 1922, no Theatro Municipal de São Paulo, e seus efeitos e repercussões marcaram definitivamente a arte, a arquitetura e a cultura brasileira dos anos seguintes.
A intenção dos seus organizadores era renovar e recriar uma arte genuinamente brasileira, mas, ao mesmo tempo, de acordo com as novas tendências que já estavam a todo vapor na Europa. A Semana de Arte Moderna trouxe inovações na música, na literatura, na escultura e na pintura, com nomes como Oswald de Andrade, Mário de Andrade, Anita Malfatti, Heitor Villa-Lobos, Tarsila do Amaral e Victor Brecheret. Por promover mudanças um tanto radicais para a época, acabou sendo alvo de críticas e polêmicas.
Catálogo da exposição Semana de Arte Moderna de 1922
Capa do catálogo da exposição, desenhado por Di Cavalcanti. (Imagem: Acervo/Theatro Municipal de São Paulo)
Veja quatro fatos curiosos sobre a Semana:
1. Monteiro Lobato foi ferrenho opositor dos modernistas
As raízes do Modernismo brasileiro, e da própria Semana, vêm de um acontecimento de cinco anos antes. Em 1917, Anita Malfatti, recém-chegada da Europa, montou uma exposição com suas obras em São Paulo, considerada a primeira exposição modernista do Brasil. No dia 20 de dezembro, o escritor Monteiro Lobato publica um artigo no jornal O Estado de S. Paulo que sacudiu a sociedade e a crítica.
Com o título de “Paranoia ou mistificação?”, o artigo-bomba critica ferozmente a exposição de Malfatti, apesar de reconhecer seu talento. Ao longo do texto, ele diz que as formas distorcidas e abstratas representadas nas obras modernistas seriam fruto de “cérebros transtornados por psicoses” e defende a arte tradicional da época, dizendo que “todas as artes são regidas por princípios imutáveis”. O resultado: uma extensa briga entre defensores dos movimentos modernistas e apoiadores da arte clássica.
modernistas
Mário de Andrade (sentado, à frente), Anita Malfatti (sentada, à direita) e Zina Aita (ao lado de Anita). (Imagem: Wikimedia Commons)
2. A Semana foi financiada pela oligarquia paulista
Com o artigo de Monteiro Lobato, os autores e artistas modernistas começaram a planejar os próximos passos para a difusão do movimento no cenário brasileiro. Mário de Andrade e Oswald de Andrade, que também eram jornalistas, usavam de seu espaço nos jornais para expor o Modernismo e defendê-lo das críticas. Surgiu, então, a ideia de fazer a Semana de Arte Moderna, no suntuoso Theatro Municipal de São Paulo e no mesmo ano em que a declaração de Independência completaria 100 anos. A data escolhida foi simbólica e representaria a “segunda” independência do Brasil – mas, desta vez, no sentido artístico.
Nesse momento, o apoio da elite paulista foi fundamental. À época, em pleno auge do período das oligarquias na República Velha, a oligarquia paulista tinha interesse em tornar São Paulo uma referência em criação cultural, posto que era ocupado pelo Rio de Janeiro. Além disso, o início da efervescência paulista passou a se contrapor ao conservadorismo carioca, que era bem mais tradicional no ramo das artes e, por isso mesmo, tinha um estilo mais consolidado e conservador. Assim, a Semana de Arte Moderna foi amplamente financiada pela elite cafeeira, que tomou a frente do evento que teria projeção nacional.
obras-anita
“O homem amarelo” e “A estudante russa”, obras de Anita Malfatti que foram expostas na Semana. (Imagens: divulgação)
3. Era para ser uma semana, mas só durou três dias
Talvez porque a intenção fosse, de fato, experimentar e provocar mudanças, a Semana de Arte Moderna, na verdade, durou apenas três dias, alternados. O evento esteve anunciado e programado para ocorrer entre os dias 11 e 18 de fevereiro, mas o Theatro foi aberto para as exposições nos dias 13, 15 e 17.
Em cada dia, as apresentações foram divididas por tema: no dia 13, pintura e escultura; no dia 15, a literatura; e no dia 17, a música. Ironicamente, alguns dos nomes mais importantes do Modernismo não estiveram presentes na Semana. É o caso de Tarsila do Amaral, provavelmente a pintora mais conhecida do movimento, que estava em Paris, e Manuel Bandeira, que ficou doente e faltou à declamação do seu próprio poema, Os sapos, no segundo dia.
4. O público não gostou
Toda aquela modernidade não agradou o público. As pinturas e esculturas, de formas estranhas, fizeram os visitantes se perguntarem se os quadros estavam pendurados da maneira certa. Os poemas modernistas eram declamados entre vaias e gritos da plateia. Conta-se, inclusive, que no último dia o músico Heitor Villa-Lobos entrou para sua apresentação calçando sapato em um pé e chinelos no outro, o que foi considerado um desrespeito pelo público presente. Não deu outra: ele foi vaiado furiosamente. Depois, o maestro explicou que fora calçado assim porque estava com um calo no pé.
A reação dos visitantes ecoou entre os especialistas, que tratou o movimento como desimportante e retomou as críticas vorazes de Monteiro Lobato. De fato, à época, a Semana de Arte Moderna não teve tanta importância. Mas, nos anos seguintes, o evento passou a ser considerado o marco que inaugurou o Modernismo no país e provocou os efeitos sentidos em todos os aspectos da cultura brasileira.



http://guiadoestudante.abril.com.br/blogs/curiosidades-historicas/2015/02/11/veja-4-curiosidades-sobre-a-semana-de-arte-moderna-de-1922/?utm_source=redesabril_jovem&utm_medium=facebook&utm_campaign=redesabril_guiadoestudante