sábado, 2 de novembro de 2013

A literatura e a Revolução Francesa

"A Tomada da Bastilha", pintura de Jean-Pierre Louis Laurent Houel (1735-1813)


Cinema e literatura mostram diferentes visões sobre a Revolução Francesa

Livro de Charles Dickens e filme com Gérard Depardieu mostram perspectivas diferentes do evento


Ascensão do Iluminismo e decadência do Absolutismo marcaram a história ocidental do século 18. Os novos ideiais, difundidos na Europa e da América do Norte, alimentaram a eclosão das chamadas revoluções burguesas: a Industrial (1760), a Americana (1776) e a Francesa (1789).
Assunto recorrente dos vestibulares, a Revolução Francesa não pode passar batida pelos leitores. Por isso, selecionamos três obras sobre o período: o livro Um Conto de Duas Cidades, clássico de Charles Dickens (1812 - 1870) e os filmes A Queda da Bastilha (baseado na obra de Dickens e indicado ao Oscar de melhor filme em 1937) e Danton - O processo da revolução (importante referência sobre a situação política e social em Paris, durante a Revolução).

LIVRO: UM CONTO DE DUAS CIDADES (Tale of Two Cities, 580 páginas)
Publicado por Dickens em 1859, destaca a condição dos desfavorecidos em contraponto à nobreza europeia. O autor narra desde a fase em que os camponeses começavam a se organizar para derrotar os aristocratas até a turbulenta tomada da Bastilha e os tempos da guilhotina.
Repleto de paralelos entre as sociedades francesa e londrina da época da Revolução, o livro tem seus personagens transitando entre Inglaterra e França. Os personagens principais são: Charles Darnay (aristocrata francês de ideais democratas mas que acaba vítima da Revolução por sua origem familiar), Sydney Carton (virtuoso advogado britânico que se sacrifica em nome da ética, da justiça e de seu amor por Lucie Manette, esposa de Darnay) e a própria Lucie (filha de um ex-prisioneiro da Bastilha libertado pelos camponeses).

SAIBA MAIS: Ecos da Revolução Francesa (AVENTURAS NA HISTÓRIA) 


FILME: A QUEDA DA BASTILHA (EUA, 1935)
Adaptação do romance Um Conto de Duas Cidades, o filme acompanha a trama de Dickens desde o primeiro envolvimento de Sydney Carton com a vida de Charles Darnay e de Lucie Manette até o decisivo tribunal a que se submete Carton.
Lucie Manette se muda com seu pai para Londres após resgatá-lo de uma prisão de 18 anos na Bastilha. Enquanto isso, na França, o aristocrata francês Charles Darnay é acusado pela Revolução de ser espião do Antigo Regime e é defendido pelo advogado Sydney Carton. A produção foi indicada ao Oscar de melhor filme em 1935.

SAIBA MAIS: A queda da monarquia francesa (AVENTURAS NA HISTÓRIA) 

FILME: DANTON - O processo da revolução (França/Polônia, 1982)
Danton (Gérard Depardieu), um dos líderes da Revolução, retorna a Paris em 1794 e constata os desmandos do comitê de segurança revolucionário. Decidido a enfrentar o governo para restabelecer os princípios originais da Revolução, entra em conflito com seu antigo aliado, Robespierre.
Dirigido pelo polonês Andrzej Wajda, o filme retrata o período conhecido como "Terror" (entre 1794 e 1795), em que as pessoas acusadas de contrarrevolucionárias eram enviadas à guilhotina sumariamente.

SAIBA MAIS: Enciclopédia da guilhotina (AVENTURAS NA HISTÓRIA) 

Fonte: uiadoestudante.abril.com.br/estudar/saiba-mais/cinema-e-literatura-mostram-diferentes-visoes-sobre-a-revolucao-francesa-533036.shtml
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Danton - O Processo da Revolução
Sinopse e detalhes

Na primavera de 1794, Danton (Gérard Depardieu) retorna a Paris e constata que o Comitê de Segurança, sob a incitação de Robespierre (Wojciech Pszoniak), inicia várias execuções em massa. O povo, que já passava fome, agora vive um medo constante, pois qualquer coisa que desagrade o poder é considerado um ato contra-revolucionário. Nem mesmo Danton, um dos líderes da Revolução Francesa, deixa de ser acusado. Os mesmos revolucionários que promulgaram a Declaração de Direitos do Homem implantaram agora um regime onde o terror impera. Confiando no apoio popular, Danton entra em choque com Robespierre, seu antigo aliado, que detém o poder. O resultado deste confronto é que Danton acaba sendo levado a julgamento, onde a liberdade, a igualdade e a fraternidade foram facilmente esquecidas.



Romantismo
ORIGENS

A Liberdade conduzindo o povo, de Eugène Delacroix, é a imagem mais acabada do espírito revolucionário romântico.
A ascensão da burguesia européia é um processo que se inicia com o Mercantilismo, nos séculos XVI e XVII, passando pela Revolução Inglesa, de 1688, pela Independência Americana, de 1776, e atingindo o seu o momento culminante na Revolução Francesa, de 1789.
Na França sobretudo, a derrocada da aristocracia permite não apenas a extinção dos privilégios seculares, mas também o fim das barreiras rígidas entre as classes sociais. Um novo sentido de vida, baseado na livre iniciativa, exalta a audácia, a competência e os méritos pessoais de cada indivíduo, independentemente de seus títulos e seus antepassados. A era do Liberalismo está em seu auge e com ela um conjunto notável de mudanças na história do Ocidente.
A liberdade de expressão
O primeiro efeito favorável da vitória burguesa para a literatura reside no artigo onze da Declaração de Direitos do Homem e do Cidadão: "A livre comunicação dos pensamentos e opiniões é um dos direitos mais preciosos do homem; todo cidadão pode portanto falar, escrever, imprimir livremente." Como afirma um historiador, "cada francês é agora um escritor em potencial, todas as Bastilhas acadêmicas caem por terra e uma aventura da palavra escrita está acontecendo."

A difusão do livro - especialmente através do romance de folhetim - permitiu que muitos escritores vivessem de seus direitos autorais. Foi o caso de Victor Hugo, aqui caricaturizado como um gigante da área literária.
O novo público leitor
Outro efeito importante resulta do esforço de alfabetização empreendido pelos revolucionários. Todo cidadão precisa ter acesso à leitura, até para conhecer as proclamações do novo regime. Assim irá surgir um novo público leitor, mais diversificado e numeroso, já sem nenhuma identificação com a arte neoclássica da aristocracia cortesã. Este público consome livros de forma intensa. E os escritores, até então dependentes do mecenatismo, vêem que podem sobreviver apenas com a venda de suas obras, agora transformadas em mercadoria de larga aceitação.
Certos números ainda hoje impressionam: num só dia, em Londres, Lord Byron vende dez mil exemplares do seu romance O corsário; jornais que publicam romances em fascículos, como La presse, em Paris, conseguem mais de duzentos mil assinantes. Walter Scott, Victor Hugo e outros fazem fortuna com seus direitos autorais.
A consciência da liberdade propicia ao artista um duplo sentimento:
  • O de euforia, por não ter mais de se sujeitar à vontade individual de protetores da nobreza.
  • O de medo, por ser agora um produtor para o mercado que, muitas vezes, desconhece.
Além disso, sua confusão aumenta porque ele exalta o caráter quase que sagrado da obra de arte no exato momento em que ela perde toda a sacralidade e começa a fazer parte do reino dos negócios.
Assim, o Romantismo coincide com a democratização da arte, gerada sobretudo pela Revolução Francesa, tornando-se a expressão artística da jovem sociedade burguesa. Victor Hugo afirma que o Romantismo nada mais é que o liberalismo em literatura. De fato, o movimento mantém uma relação viva e contraditória com a nova realidade. Filho da burguesia, mostra-se ambíguo diante dela, ora a exaltando, ora protestando contra seus mecanismos, conforme observaremos ao estudar-lhe as características.

ROMANTISMO

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