sábado, 2 de novembro de 2013

Realismo/Naturalismo

Literatura

O QUE É REALISMO?

quebradores  de  pedras

O título da pintura que ilustra este texto é Quebradores de pedras, de Gustave Couberte foi classificada por Pierre-Joseph Proudhon (filósofo francês) como a primeira obra socialista. O diferencial dessa  obra é o fato de retratar a  classe operária no  exercício de sua função. Coubert retratava pessoas comuns em situações reais. Na literatura, o  Realismo é o movimento que, afastando-se da idealização característica do Romantismo, aborda temas, até então considerados tabu, como o incesto, a infidelidade, o questionamento religioso.
Três grandes movimentos literários surgiram na segunda metade do século XIX: Realismo, Naturalismo e Parnasianismo.  Coutinho (1995)  lembra-nos de que “antes de se concretizarem numa época histórica, eles eram técnicas ou temperamentos  artísticos” (p. 178). Em  literatura,  o  Realismo indica a preferência pelos  fatos e  a descrição da  sociedade  como  ela  de fato  é –  o  que  o  afasta do idealismo  romântico. A palavra  foi usada pela  primeira vez em 1857 por Champfleury; no mesmo  ano,  Gustave Flaubert  lançou  Madame  Bovary, o  que marcou a  fixação do Realismo  na  França. Em  1885,  o termo  foi definitivamente associado às  artes visuais com a publicação do catálogo da  exposição de  Coubert.
Como  características gerais do  Realismo,  podemos  apontar as seguintes:
  • Apresentação da  realidade e objetividade. Ao  contrário do  que  acontecia no movimento artístico e literário anterior, o escritor realista busca fugir do sentimentalismo e da artificialidade.  Na  tentativa de  descrição objetiva da realidade, os escritores  e  pintores passaram a  retratar  a classe social  que melhor representava as  cidades: os operários.
  • Retrato fiel dos personagens. Os incidentes do enredo são decorrentes do caráter dos  personagens. O Realismo coincide com o desenvolvimento da  Psicologia.
  • Narrativas  lentas. A narrativa realista é rica em detalhes; há  um  interesse maior pela caracterização do que  pela ação. Assim,  temos textos  em  media res (em  que  o  início da  obra  não coincide com o  início da história  contada).

Algum tempo hesitei se devia  abrir estas memórias pelo princípio ou pelo  fim,  isto é, se poria em primeiro lugar o meu nascimento ou  a  minha morte. Suposto o  uso vulgar seja começar pelo nascimento, duas considerações me levaram a  adotar diferente método: a primeira é  que eu não  sou  exatamente  um autor  defunto, mas um defunto autor, para quem a campa foi outro berço; segunda é que o escrito ficaria assim mais galante e mais novo. Moisés, que também contou  sua  morte, não a pôs  no  intróito, mas no  cabo: a diferença  radical  entre este  livro e o Pentateuco. (ASSIS, 1994, p. 17)

  • Retrato da  vida contemporânea. O artista do Realismo preocupa-se em retratar homens e mulheres, emoções, sucessos e fracassos. A  arte será  um retrato das minas, cortiços, cidades, fábricas, política, relações conjugais. Essa característica  aparecerá  também no Naturalismo, que  se configura como uma ampliação do ideal realista.  A obra Dom  Casmurro, de Machado de  Assis, é um exemplo dessa representação do cotidiano: a instituição do matrimônio é questionada por meio da desconfiança de Bentinho. O mesmo podemos  observar em O primo Basílio, do português Eça de  Queirós.
O  momento  histórico em  que  se insere o Realismo é  a  Revolução  Industrial. O  uso das  máquinas chegou  também  ao  campo  e muitas famílias  ficaram  sem  sua  fonte de  sustento, o  que as  empurrou  em  direção às  cidades, que   não tinham como  acomodar tantos operários  recém-chegados.
No  Brasil,  o  período coincidiu  com  o  reinado de  D. Pedro  II e  a valorização das lavouras de café, cacau  e  extração de  borracha. O  progresso  propiciado pela  industrialização não combinava com  a  exploração de  mão de obra  escrava e as ideias abolicionistas – herdadas da  Terceira  Geração do Romantismo – davam  o  tom da  literatura ao lado  das  correntes republicanas e científicas.  Enquanto isso,  em  Portugal, o grupo liderado por  Antero  de Quental propunha  a  mudança  da  literatura e da sociedade portuguesa, o  que foi compreendido pelo  governo  como  um atentado ao Estado e à Igreja.  Do grupo português  participaram  Antero de  Quental,  Teófilo  Braga,  Eça de  Queirós, Ramalho  Ortigão e Guerra  Junqueira.
Referências:
ASSIS, M.  Memórias póstumas de  Brás Cubas.  São  Paulo: Ática, 1994.
COUTINHO,  A. Introdução  à literatura  no Brasil. 16.ed. São Paulo:Bertrand, 1995


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Realismo – Autores, Livros, Obras e Características.

Realismo  foi uma escola literária que combatia os ideais românticos. O surgimento ocorreu enquanto o mundo vivenciava o nascimento do socialismo e da segunda Revolução Industrial.
Realismo em Portugal  teve como marco inicial a Questão Coimbrã (1865), quando se defrontam, de um lado, os jovens estudantes de Coimbra, atentos às novas idéias que vinham da França, Inglaterra e Alemanha e, de outro, os velhos românticos de Lisboa.
O Realismo foi inaugurado em 1881 no Brasil. Nesse ano duas obras se destacaram: O mulato, de Aluísio de Azevedo, e Memórias póstumas de Brás Cuba, de Machado de Assis.
Características do Realismo.
O objetivismo aparece como negação do subjetivismo romântico; o universalismo ocupa o lugar do personalismo. O sentimentalismo cede terreno ao materialismo. O Realismo se preocupava apenas com o presente, com o contemporâneo.
Com o desenvolvimento das ciências, muitos autores foram influenciados no século XIX, principalmente os naturalistas, donde se pode falar em cientificismo nas obras desse período.
Os autores realistas são antimonárquicos e negam a burguesia.
Realismo é uma denominação genérica de uma escola literária que abrange as seguintes tendências:
Romance realista – Narrativa voltada para a análise psicológica e que critica a sociedade e partir do comportamento de determinados personagens, em geral, capitalistas. O romance realista tem caráter documental, sendo o retrato de uma época.
Romance naturalista - Marcada pela vigorosa análise social a partir de grupos humanos marginalizados, em que se valoriza o coletivo. O naturalismo apresenta romances experimentais.
Autores
Machado de Assis – Se destacou como romancista realista. Apesar de ter escr obras romanticas,  como RessurreiçãoA mão e a luvaHelena e Iaiá Garcia.
Algumas obras realistas de Machado de Assis: Memórias póstumas de Brás Cubas,Quincas Borba e Dom Casmurro.
Aluísio de Azevedo – Escreveu alguns romances românticos, os quais chamou de “comerciais”, pois eram os que mais vendiam. Mas suas maiores obras foram os romances naturalistas, como O mulatoCasa de pensão e O cortiço.

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Filmes que abordam o Realismo/Naturalismo
CAPITU - 1968
Nome Original: Capitu
Direção: Paulo César Saraceni
Elenco: Isabella, Othon Bastos, Raul Cortez, Marília Carneiro, Nelson Dantas, Maria Morais, Wagner Lancetta
Ano: 1968
Duração: 105 min
Cor: Preto e Branco
Capitu e Bentinho, casados recentemente, vivem dias felizes na rica mansão da família. Próximo a eles, Sancha e Escobar, seus amigos de infância, também gozam um casamento feliz. Amigos íntimos, os dois casais se divertem juntos em festas e passeios, chegando a planejar o casamento entre seus filhos. Mas o ciúme doentio de Bentinho por Capitu transforma totalmente a vida do casal. Bentinho destrói sua vida ao fixar-se na ideia de que sua mulher, Capitu, é amante de seu melhor amigo e passa a desconfiar que seu filho é fruto desse adultério. Adaptação do clássico "Dom Casmurro" de Machado de Assis.
Charles Chaplin - O grande ditador, The pilgrin, A dog's life, A night out, By the sea, Dough and dynamite, A weman, Behind the screen.
- A estrela oculta do sertão0
- O show de Trumman
- Império do Sol
- Desmundo
- Monteiro Lobato, furacão ma botocúndia
- Contos proibidos do Marquês de Sade
- Dom
- Documentário Clarice Lispector
- Minissérie Desejo
- CD Cora Coralina
- CD Castro Alves
- Becoming Jane
- CD Poemas Místicos do Oriente
- Minissérie Agosto
- Minissérie Um só coração
- Pequeno Milagre
- Dom



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